Após anúncio do juiz Sérgio Moro condenando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lula, a 9 anos e meio de prisão, nesta quarta-feira, 12, lideranças do Partido dos Trabalhadores já tem se articulado em prol de Lula em todos o país. Logo após o anúncio, o ex-presidente recebeu várias ligações de aliados políticos e partidarista e deixou bem claro que não irá esmorecer mediante o fato.

Cenário político

Até então, Lula seria o candidato do PT nas eleições presidências de 2018. Apesar do clima de expectativas e apreensão, dentro do partido é proibido falar em um plano B. A chance real de o petista — candidato mais competitivo nas pesquisas— ficar inelegível muda fortemente a equação que norteia as estratégias de siglas que têm pré-candidatos. O PSDB, por exemplo, perderia seu principal antagonista.

Recurso

A sigla avalia que Sergio Moro calculou mal não só a pena, mas também o timing da condenação do petista. O partido pretender estimular a comparação com escândalos recentes, como a mala de propina de Rodrigo Rocha Loures, e reafirmar que, se necessário, irá ao STF pelos direitos políticos de Lula. Só veem dois cenários: ou ele será candidato ou preso político.

Articulações

Ainda na quarta-feira, os advogados do ex-presidente e criminalistas ligados à sigla passaram o dia esquadrinhando a decisão do juiz. Além disso, as lideranças do partido em todo o país – inclusive no Crato -, já se articulam para realizar manifestações contra a decisão de Moro nas principais capitais.

Ao analisar os documentos sobre a decisão do juiz, a defesa de Lulas identificou, por exemplo, que Moro citou a delação de Delcídio do Amaral. A fala do ex-senador foi desacreditada na terça-feira (11) pelo procurador Ivan Marx. Ao pedir o arquivamento de outra investigação contra Lula, Marx alegou que o ex-presidente só foi mencionado porque Delcídio queria fechar o acordo.

O PT já convocou toda a bancada do Congresso para um encontro com o ex-presidente hoje, em São Paulo.

Mudando o foco

A notícia da condenação favorece Michel Temer. Segundo aliados do presidente, assim o noticiário nacional tira o foco negativo sobre a crise e reacende o espírito de corpo do Congresso por dar fôlego ao discurso de que há uma ofensiva contra a política.

A chance real de o petista — candidato mais competitivo nas pesquisas sobre a eleição de 2018 — ficar inelegível muda as estratégias de siglas que têm seus pré-candidatos á presidência. O PSDB, por exemplo, perderia seu principal antagonista.

 

Com informações da coluna Painel, Folha de S. Paulo .