Durante todo o período de isolamento social em Fortaleza, a prefeitura nota aumento no número de pessoas apoiadas por serviços sociais desde março, incluindo autônomos que perderam fontes de renda. Entidades defendem necessidade de novo censo e a integração de instituições para melhorar assistência.
A pandemia do covid-19 agravou problemas econômicos e sociais em Fortaleza, desde o início de março. A piora que reflete nos dois Centros de Referência para População em Situação de Rua (Centro Pop) da capital, teve aumento “significativo” na média de pessoas assistidas, conforme a secretária-executiva da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), Patrícia Studart. Enquanto a média diária comum variava de 100 a 150 atendimentos, durante a pandemia, cresceu para 250.
Desde março, a SDHDS abriu três abrigos temporários para a população de rua, com 170 vagas, além de dois galpões de higiene pessoal, nos bairros Praia de Iracema e Centro. Outros contêineres serão implantados na Parangaba, na Messejana e no Mucuripe, assegura Patrícia.
Para entidades ligadas a trabalhos sociais com a população de rua, a “adaptação” do serviço reflete a defasagem dos dados sobre esse grupo. O último censo oficial foi realizado há seis anos, em 2014, quando contabilizou 1.718 desabrigados, concentrados principalmente no bairro Centro e na Avenida Beira-Mar.