Os Correios decidiram romper o contrato de patrocínio com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) após denúncias de desvio de cerca de R$ 40 milhões em recursos públicos captados por meio de convênios e leis de incentivo à instituição, investigado pela Operação Águas Claras, deflagrada ontem (6) pela Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União. A parceria existia há mais de 20 anos.

Em nota, a empresa lamentou os últimos acontecimentos envolvendo a entidade esportiva e informou que já havia sido “uma decisão difícil reduzir o patrocínio à CBDA em 2016”. O corte tinha ocorrido por questões orçamentárias. A estatal destacou que os investimentos feitos na entidade tinha por objetivo apoiar atletas de ponta e também implantar projetos sociais pelo Brasil.

“Agora, em razão do impacto negativo e do desgaste à imagem da empresa, os Correios estão tomando as medidas legais cabíveis e previstas contratualmente para rescindir o atual contrato de patrocínio, cuja vigência seria pelo período 2017/2019”, completou a nota.

De acordo com a PF, as investigações tiveram início após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários ligados aos desportos aquáticos e apontaram que dirigentes estavam se apropriando do dinheiro que deveria ser aplicado no incentivo aos esportes aquáticos e na viabilização de práticas esportivas aquáticas.

Um dos presos na Operação Águas Claras foi o presidente afastado da CBDA, Coaracy Nunes. O pedido de afastamento do dirigente tinha sido apresentado pelo MPF, em outubro do ano passado, por suspeita de improbidade administrativa.

Ontem (6), Marcelo Franklin, advogado de Coaracy Nunes, disse que as mesmas acusações usadas para justificar a prisão do seu cliente foram objeto de ação de improbidade administrativa envolvendo a CBDA. Ele citou que em julgamento ocorrido no dia anterior, no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, ficou decidido que não havia motivo “sequer” para afastar os dirigentes da entidade.