O presidente Jair Bolsonaro ainda não “engoliu” a derrota sofrida no Senado Federal, onde seus decretos que flexibilizam o porte e a posse de armas de fogo foram rejeitados. Nessa quinta-feira (20) ele se manifestou sobre a votação afirmando que o senado lhe “deu um cartão vermelho”.
O assunto foi destaque no Bate-Papo político desta sexta-feira (21) do Jornal Alerta Geral (Expresso FM 104.3 + 26 emissoras no interior + Redes Sociais). Como a anulação do texto pelos senadores só será validada após aprovação na Câmara, o jornalista Luzenor Oliveira destaca que “o alvo no Ceará são os 22 deputados federais que nos representam em Brasília. De apelo em apelo, o presidente Bolsonaro tenta colocar uma posição mais clara em defesa desse decreto”
Embora confiante de que “a Câmara vai reverter essa questão”, durante transmissão ao vivo publicada nas redes sociais o presidente clamou ao seu público que faça pressão nos parlamentares para que sua proposta não seja barrada:
Eu estou pedindo que você procure o seu deputado federal para pedir que ele não acolha e vote pela manutenção do decreto das armas
A respeito desse apelo, ainda no Bate-Papo político, o jornalista Beto Almeida comenta que “está correto ele falar com seus eleitores para fazer pressão, do ponto de vista de democracia está certo fazer pedido aos parlamentares, o que não pode é extra´polar para a questão das ameaças, da violência”
Bolsonaro apresentou o decreto das armas no dia 07 de maio, porém, após pressões do Legislativo e do Judiciário o líder do executivo recuou 15 dias depois e fez alterações no texto, proibindo o acesso dos cidadãos a armas de fogo como espingarda, fuzis e carabinas.
Um dos argumentos do presidente para que o projeto seja aprovado é o resultado de um referendo realizado em 2005, sobre o qual ele afirma: “A vontade da população tem que prevalecer e tenho certeza que deputados vão seguir os interesses da população”. Entretanto, uma pesquisa realizada pelo Ibope em março deste ano revelou que 73% da população é contrária ao porte de armas e somente 26% se mostra a favor, já no que se refere a posse, 61% não apoia, enquanto 37% aprova.