Há mais de 50 dias, manchas de petróleo cru contaminam a orla nordestina e já atingiram 26 praias do Ceará. Mais cinco pontos de banho foram confirmados com a substância: Cofeco, em Fortaleza; Barro Preto, em Aquiraz; Tabubinha, e Praia das Fontes, em Beberibe; e Majorlândia, em Aracati. As informações são da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). Durante este sábado (26), dez mergulhadores do grupo Mar do Ceará tentam recolher a substância identificada no fundo do mar, a cerca de 10km da costa da Praia de Quixaba, em Aracati. No total, quatro toneladas já foram retiradas das praias de todo o Estado.
O material encontrado vai ser recolhido e a ele dada a destinação correta. Será uma primeira varredura no fundo do mar, porque esse tipo de poluição é muito dinâmica: sabemos que existe óleo afundado, mas a localização é imprecisa, por causa das correntes marítimas. Um ponto poluído ontem pode ter mudado de local hoje, explica Lincoln Davi, diretor de Controle e Proteção Ambiental da Semace.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), até a terça-feira (22), havia sido recolhido um total de 1,7 tonelada de resíduos (óleo + areia aderida) das praias cearenses.
As manchas de petróleo em praias do Nordeste já atingiram pelo menos 225 localidades em mais de 80 municípios de 9 estados desde o início de setembro. Mais de 900 toneladas de óleo já foram recolhidas do mar e 5 mil militares do Exército devem reforçar as ações de limpeza nas praias nordestinas.
Recomendações
A Semace orienta que os banhistas verifiquem a ocorrência do óleo e, se constatada, evitem contato com a água afetada. Segundo o órgão, moradores e frequentadores não devem tentar realizar a remoção da substância sem orientação técnica ou equipamentos específicos de proteção individual.
No Ceará também já foram registradas mortes de animais cobertos pelo óleo, entre tartarugas, aves e um golfinho.
Praias atingidas por óleo no Ceará
- Barroquinha: Bitupitá
- Jericoacoara: Praia da Malhada
- Paraipaba: Praia da Lagoinha
- Paracuru: Praia do Paracuru
- São Gonçalo do Amarante: Praia da Taíba
- Fortaleza: Praia do Futuro, Sabiaguaba e Cofeco
- Aquiraz: Praia da Prainha, Barro Preto
- Cascavel: Caponga
- Beberibe: Morro Branco, Barra de Sucatinga, Parajuru, Tabubinha e Praia das Fontes
- Fortim: Pontal de Maceió
- Aracati: Quixaba, Canoa Quebrada e Majorlândia
- Icapuí: Ponta Grossa, Melancias, Picos, Barreiras, Redonda e Peroba
A ação é importante principalmente após o alerta de que a substância que tem poluído as praias nordestinas é tóxica e cancerígena. Banhistas e voluntários envolvidos nas ações, bem como espécies marinhas, podem ser contaminados por três vias: ingestão, inalação e subcutâneo (pele). O Governo do Estado afirma que são realizados sobrevoos diários nas costas leste e oeste cearenses para buscar o material.