O Governo calcula que sem a reforma da Previdência, Estados e municípios terão que dispor de 85% do PIB para arcar com as despesas nos próximos anos. O percentual supera a dívida pública no mercado, de 73% do PIB. A informações são do Jornal Folha de S. Paulo.

A cifra é superior a R$ 5 trilhões e considera as despesas que Estados e municípios terão nos próximos 75 anos, segundo as regras atuais de acesso a aposentadoria e pensão. O número ilustra a dificuldade que os entes subnacionais terão para honrar esses compromissos.

O déficit orçamentário dos Estados, está sendo agravado pelo rápido envelhecimento dos servidores, levando a gastos crescentes dos regimes próprios. Sem alterar a tendência de aumento de gastos com a Previdência, a crise se espalhará em 2018 e 2019 para mais Estados e outros servidores poderão ficar sem receber.

O governo decidiu retirar os funcionários estaduais da reforma temendo a reação adversa de governadores. Como paliativo, incluiu na proposta a obrigação para Estados e municípios fazerem suas próprias mudanças em seis meses. Senão, seus regimes de Previdência passarão a seguir as regras federais. Isso, porém, não é o bastante para ajudar os Estados, na avaliação dos economistas.

Para especialistas, o governo deveria incluir na proposta a possibilidade de governadores cobrarem uma contribuição extra temporária para bancar deficit previdenciários. Mesmo com déficit de R$ 12 bilhões na Previdência, o Rio teve dificuldades em aprovar um reajuste de 11% para 14% na contribuição de servidores. O percentual necessário para bancar as aposentadorias e pensões, porém, alcançava 20%.