O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, João Doria, tem, a partir desta terça-feira (26), com a propaganda no rádio e na televisão, a sua última cartada para se viabilizar como o nome que poder unir o partido na corrida às eleições de 2 de outubro. Com uma média de 3% nas pesquisas de intenção de votos, o tucano não decolou, não ganhou apoio interno no PSDB, nem despertou o interesse de outras forças partidárias.

Doria surgirá na propaganda partidária como a estrela do PSDB, apresentará as ações do seu Governo no Estado de São Paulo, deixará um recado para os militantes tucanos e fará um aceno, com mensagens sobre os novos rumos que o Brasil precisa adotar, objetivando atrair a simpatia dos eleitores e dos partidos que entram no arco de aliança da chamada terceira via.

O conteúdo no Rádio e na TV não será apenas direcionado aos tucanos, mas terá mensagens para todos os segmentos políticos descontentes com o passado e o presente. “Teve gente que votou em Bolsonaro para tirar o PT. Agora, tem gente que acha que o PT é a solução para tirar Bolsonaro.

Quando você escolhe um só para tirar o outro, o resultado é sempre o mesmo”, destaca um dos conteúdos no vídeo apresentado, nessa segunda-feira, pela direção do PSDB. “Com PSDB e João, você tem opção”, destaca a mensagem tucana.

A propaganda do PSDB começa a ser veiculada poucos dias após João Doria receber um aceno, por meio de carta, do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que foi derrotado nas prévias para escolha do candidato do partido ao Palácio do Planalto. Leite defende que o PSDB esteja unido e que a sua decisão de respeitar o resultado das prévias é um gesto de quem ajuda a construir a unificação da sigla. Doria retribuiu as palavras do gaúcho. ‘’O gesto de reconhecimento de Eduardo é prova de coerência e bom senso”, disse Doria, em resposta à carta do ex-governador do Rio Grande do Sul.

TERCEIRA VIA

A movimentação de João Doria, com a propaganda partidária, antecederá à reunião entre lideranças do PSDB, MDB, Cidadania e União Brasil que, no dia 18 de maio, se reúnem para definir um nome que possa congregar o conjunto das forças dispostas a lançar apenas um candidato à sucessão presidencial. As divergências internas no PSDB, MDB, Cidadania e União Brasil dificultam a construção do chamado palanque de terceira via. Se esse cenário prevalecer, o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro caminharão firme ao segundo turno da eleição de 2022.