Lula pode influenciar os votos de metade dos eleitores de baixa renda e menor escolaridade, segundo o último levantamento do Datafolha. Os números indicam que o petista tem potencial para ser um cabo eleitoral de peso em 2018, mesmo que tenha sua condenação por corrupção confirmada e fique fora das urnas.

Quem obedece

A pesquisa eleitoral conduzida na última semana mostrou que, entre eleitores que completaram apenas o ensino fundamental, 41% responderam que votariam “com certeza” no candidato a presidente apoiado por Lula. Outros 14% disseram que “talvez” fizessem essa escolha.
No grupo com renda de até dois salários mínimos, que representa quase metade do eleitorado brasileiro, 35% afirmaram que votariam no candidato apoiado pelo ex-presidente e 17% responderam que talvez optassem por esse nome.

Os mesmos

Os números traduzem a popularidade sólida de Lula nesses segmentos do eleitorado, que representaram os principais pilares petistas nas quatro últimas eleições presidenciais. Segundo o levantamento concluído na última semana, o ex-presidente teria capacidade de transferir quase 60% de seus votos a outro candidato. Dos eleitores que dizem votar em Lula, 59% afirmam que votariam “com certeza” no nome apoiado por ele e outros 24% “talvez” fizessem essa escolha.

Trunfo petista

Caso todos esses eleitores sigam a indicação do petista, o candidato apoiado por ele chegaria a 21% dos votos – o que poderia ser suficiente para chegar ao segundo turno em um cenário de disputa pulverizada, sem claros favoritos. A influência de Lula na próxima disputa é considerada um trunfo para o PT caso o ex-presidente tenha sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro confirmada pela Justiça em segunda instância. Se isso acontecer, ele pode ser impedido de concorrer ao Palácio do Planalto.

Jogo indefinido

Apesar desse potencial, os eleitores do petista tendem a se dispersar quando ele é excluído do rol de presidenciáveis apresentados aos entrevistados – ao menos por enquanto.

Segundo Mauro Paulino e Alessandro Janoni, diretores do Datafolha, isso ocorre devido ao desconhecimento dos candidatos e pela dificuldade de identificação do eleitor lulista com os nomes em jogo.

Ninguém tasca

Presidente nacional do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi vê com bons olhos o resultado da pesquisa Datafolha de intenções de voto para as eleições 2018, divulgada no fim de semana. O partido vai lançar Ciro Gomes. Ainda que concorra com Luiz, aliado de longa data da legenda, é uma candidatura “irreversível, imutável e imexível”, diz Lupi.

Não seria recall?

“Quando você tira o Lula da disputa, que é o mais provável que ocorra, você tem o Ciro com dez pontos. Para quem está fora de uma campanha presidencial desde 2002, ele tem um bom rescaldo”, afirma o dirigente, que comandou a pasta do Trabalho e Emprego nos governos Lula e Dilma.
Lupi tem a “opinião pessoal” de que a candidatura de Lula é “pouco provável” – opinião que já tinha defendido em entrevista à reportagem, em janeiro.

Só se Lula não for

Em março, Ciro afirmou, também à Folha de S. Paulo, que não tinha vontade de ser candidato concorrendo com Lula.
“Não estou analisando o processo, mas ele [Lula] sofre um verdadeiro massacre. Na minha opinião, é uma perseguição, que pode ter base de fundamento, mas chega a ser ridículo”, afirma o presidente do PDT.

Troco

O ex-ministro compara o caso do petista – que, em investigação em curso na Lava Jato, é investigado pelos aluguéis de uma cobertura avaliada em R$ 504 mil em São Bernardo do Campo – ao do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), aliado de Michel Temer. “Isso de R$ 51 milhões do Geddel, os R$ 500 mil do Lula podia ser juizado de pequenas causas”, comenta Lupi.

A bela quer ser presidente

Desde que se juntou à lista dos que sonham com a cadeira onde hoje senta Michel Temer, Valéria Monteiro, 52, viu seu nome saltar do limbo das celebridades dos anos 1990 para a política. Faz pouco mais de uma semana que a ex-apresentadora do “Jornal Nacional” e de outros telejornais da TV Globo postou um vídeo no YouTube. De blazer escuro, num cenário de penumbra com a bandeira do Brasil ao fundo, revelou: quer ser presidente.

 Light

Não parou mais de receber perguntas nas redes sociais. Para muitas das questões, a moradora de Campinas -cidade onde se fixou em 2002 após nove anos nos EUA – ainda não tem respostas. Por qual partido? Com apoio de quem? Com que dinheiro? E quais propostas? “Quero fazer tudo diferente”. Diz que conversa com várias siglas e espera encontrar uma que lhe dê espaço sem tirar sua “independência”. Não cita nomes. “São partidos mais de centro para esquerda. Acho que sou mais à esquerda, mais humanista, ou esquerda light, como quiser.”

TCE aumenta julgamentos

O número de julgamentos do TCE, no terceiro trimestre deste ano, foi 89,4% superior ao índice registrado no mesmo período do ano passado. De julho a setembro de 2017, o Tribunal julgou 1.776 processos; em 2016, no mesmo período, foram julgados 938 processos. De janeiro até o último dia 30 de setembro, 5.400 processos foram julgados pelo colegiado do TCE, sendo lavrados 4.108 acórdãos e resoluções.

Tecnologia da informação

Para o próximo ano, a expectativa é de um acréscimo ainda mais significativo no número de julgamentos. De acordo com o presidente do TCE, Edilberto Pontes, o uso dos sistemas Ágora, para apreciação das contas de gestão, e do SRPv2, para atos de registro de pessoal, vai possibilitar a otimização do tempo de análise dos processos, garantindo qualidade com mais eficiência. “Nossa prioridade é intensificar os investimentos em tecnologia da informação em todas as áreas da fiscalização do TCE.”
Inflação em queda

O mercado financeiro reduziu a estimativa de inflação este ano, pela sexta vez consecutiva. A projeção para o IPCA, que desde a semana passada passou a ficar abaixo do piso da meta, foi reduzida de 2,97% para 2,95%. O limite inferior da meta é 3%, com centro em 4,5%. Essa estimativa é do boletim Focus, uma publicação divulgada semanalmente pelo Banco Central, com base em estimativas de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.  Para 2018, a estimativa foi reduzida de 4,08% para 4,06%. Essa foi a quinta redução seguida.

Selic

Para alcançar a meta, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 8,25% ao ano. Essa taxa vem sendo reduzida pelo Banco Central, que já indicou um corte menor na próxima reunião, em outubro, e o fim gradual do ciclo de reduções. A expectativa do mercado financeiro para a Selic foi mantida em 7% ao ano, no fim de 2017 e ao final de 2018. A expectativa para a expansão do PIB foi ajustada de 0,68% para 0,70%, neste ano, e de 2,30% para 2,38%, no próximo ano.

Bandeira vermelha

A bandeira tarifária para o mês de outubro de 2017 será vermelha (patamar 2), com custo de R$ 3,50 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. É a primeira vez que o patamar 2 é acionado – desde que a bandeira vermelha passou a contar com as duas graduações, em janeiro de 2016. Segundo o relatório do Programa Mensal de Operação (PMO) do Operador Nacional do Sistema (ONS), o valor da usina térmica mais cara em operação é de 698,14 R$/MWh, da UTE Sepé Tiaraju (RS).

Não tem água

A situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas alcançou níveis preocupantes e, ainda que não haja risco de desabastecimento de energia elétrica, é preciso reforçar as ações relacionadas ao uso consciente e combate ao desperdício. As bandeiras tarifárias variam exatamente para dar esse sinal aos consumidores. O patamar 2 indica a necessidade de operar usinas térmicas mais caras para compensar a geração hidráulica inibida pela falta de chuvas.

Sinalização do custo

Criado pela ANEEL, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo real da energia gerada, possibilitando aos consumidores o bom uso da energia elétrica. O funcionamento das bandeiras tarifárias é simples: as cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração. A situação poderia estar ainda, não fossem as usinas eólicas estarem suprindo 1/3 da energia consumida no Nordeste, e tem conseguido em alguns períodos suprir mais de 50%.