Aliados de peso avisaram nessa quarta-feira (9) que, no atual clima, é difícil votar a reforma da Previdência. O pano de fundo é uma rebelião dos partidos do centrão. O líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira (AL), disse que o partido não vai discutir ou votar neste momento a reforma da Previdência. Arthur Lira disse que falava pelo PP e não pelo centrão, mas criticou ainda a má comunicação do governo sobre a reforma da Previdência. Ele afirma que os deputados e os partidos não aguentam mais. Neste momento, o PP não discute e nem vota a Previdência. Para ele é preciso um esclarecimento de como tratar quem é base e quem não é base (do governo). “Em política, tratar desiguais como iguais é muito ruim — disparou Arthur Lira, sendo que é do PP o líder do governo na Câmara.

PSD COBRA PUNIÇÃO A TUCANOS

Também do centrão, o deputado Marcos Montes se reuniu com o ministro Antônio Imbassahy que o governo não pode tratar os infiéis da mesma maneira que os 263 deputados que fecharam com Temer. Aliados como o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), da bancada ruralista, também foram chamados ao Planalto. Os mais radicais na rebelião estão ameaçando votar contra a Previdência e até contra a MP do Refis.

O deputado Marcos Montes criticou, sobretudo, a falta de punição a deputados do PSDB. A bancada tucana rachou, com 22 votos a favor de Temer e 21 a favor da denúncia. Ele se reuniu com Imbassahy na residência do ministro e diz que ele está pedindo um tempo para fazer o mapeamento sobre o que aconteceu.

Para Marcos Montes, o espaço deveria ser de acordo com a fidelidade e que até o PSD merece baixas, diante do fato que PP e PR forma mais confiáveis, por exemplo. O centrão – PP, PR, PTB, PSD, SD – está irritado com o Planalto. O deputado disse que, além das emendas parlamentares, há a questão de um parlamentar ter “prestígio” em sua base eleitora, argumentando que isso ocorre com espaços no governo. Para ele, Michel Temer tem que se organizar e reorganizar a base. “Tem que dar dimensão à fidelidade. É incompreensível (o PSDB manter o tamanho dentro do governo), se a fidelidade dele é pela metade, é evidente que o tamanho é pela metade. É assim que se faz um governo de coalizão, de respeito aos partidos fiéis”, dispara o deputado.

 

Com informações O Globo