Candidato à Presidência da República do PSDB, Geraldo Alckmin afirmou, em entrevista ao Jornal do Globo, exibida na madrugada desta quarta-feira, 19, ter sido contra a aliança de seu partido com o Governo Temer. “Se dependesse de mim, eu não tinha entrado. Eu falei isso em reunião (…) Nós já não éramos governo há 13 anos”.

A declaração ocorre 15 dias depois de o próprio Michel Temer publicar um vídeo nas redes sociais listando ministros de seu governo que integram partidos que, na eleição deste ano, apoiam Alckmin à Presidência. Questionado sobre sua estagnação nas pesquisas de opinião, o candidato se mostrou otimista de que chegará ao segundo turno. Para isso, comparou o cenário atual ao da eleição em 2006.

“Se pegar a eleição que fui candidato, a 12 dias [da votação] a diferença [minha] para Lula era de 24 pontos na pesquisa. Na hora que abriu a urna, eram 7. (Tiramos) uma diferença de 17 pontos em 12 dias. E nós não estamos a 12 dias, mas quase 20 dias”, disse o tucano.

Apesar de ser o primeiro candidato a falar publicamente após a divulgação da última pesquisa Ibope, ele não mencionou os resultados. No levantamento, Alckmin tem 7% das intenções de voto e está tecnicamente empatado com Ciro Gomes (PDT), que tem 11%, e com Marina Silva (Rede), que tem 6%. A pesquisa é liderada por Jair Bolsonaro (PSL), que tem 28%, seguido por Fernando Haddad (PT), com 19%.

O tucano, assim como mencionou na entrevista, permanece entre os menos rejeitados pelos eleitores, com 20% de rejeição, à frente apenas de Ciro, que tem 19%. “A decisão de voto é tomada cada vez mais perto do dia da eleição”, disse.

Proposta

Assim como ocorreu nessa segunda com Ciro Gomes, o foco da entrevista no Jornal da Globo foram as propostas dos candidatos. Alckmin iniciou dizendo que, nos primeiros meses de mandato, já encaminharia quatro reformas: política (que incluiria a redução de partidos), tributária, previdenciária e a reforma de estado, para diminuir seu tamanho.

Sobre a reforma da Previdência, o candidato afirmou sua intenção de criar um “regime geral de previdência”, que igualaria servidores públicos e funcionários da iniciativa privada. No entanto, ao ser questionado sobre a idade de aposentadoria e o tempo de contribuição, disse que isso “ainda vai ser discutido”.

Ao ser questionado por que o Temer, que tem a mesma base aliada que ele provavelmente terá se for eleito, não conseguiu encaminhar a reforma da Previdência, ele respondeu que “é muito difícil fazer mudança constitucional no fim de mandato”. E aproveitou para atacar uma fragilidade do atual presidente. “E ele também não tinha a legitimidade do voto”.

Com informações do Jornal Folha de São Paulo