Enfraquecido pela longa ausência no poder, o PSDB tenta se refazer para construir caminhos que o levem de volta ao protagonismo no cenário político nacional, mas, nessa agenda de busca por uma posição de destaque na corrida ao Palácio do Planalto, o partido enfrenta, neste mês de agosto, um baque com dois nomes que fizeram história e ajudaram a projetar a sigla em suas três décadas de existência.

Um dos nomes desse enredo é do senador José Serra que decidiu, nesta terça-feira, se licenciar do mandato para administrar os primeiros sinais da doença de Parkinson.

Aos 79 anos, Serra tem uma longa e vitoriosa trajetória como homem público, tendo exercido mandato de deputado federal, prefeito de São Paulo, Governador de São Paulo e senador.

Durante os dois mandatos do então presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra ocupou, em momentos distintos, as pastas do Planejamento e da Saúde. Por duas vezes – 2002 e 2010, concorreu, sem sucesso, ao Palácio do Planalto.

Uma nota da assessoria de imprensa destaca as razões para José Serra se afastar do Senado e abrir a vaga para o primeiro suplente.

“O parlamentar encontra-se em bom estado de saúde, mas optou pelo afastamento para que seu suplente, José Aníbal, possa assumir, sem deixar a cadeira de senador por São Paulo em vacância durante o período do tratamento experimental. A decisão também evitará eventuais paralisações no andamento dos projetos em favor do País”, explica a nota emitida pela assessoria do senador.

SANGRIA NO NINHO

A outra baixa no PSDB não é por motivos de saúde, mas sim pela incompreensão de alguns que o jogaram no ostracismo, mesmo com a rica biografia construída pelos mandatos exercidos como prefeito e Governador de São Paulo. A referência e, ao mesmo tempo, a deferência, é ao ex-governador Geraldo Alckmin que se prepara para desembarcar do PSDB.

Isolado no ninho tucano desde a ascensão do sucessor João Doria no Governo de São Paulo, a quem elegeu prefeito da Capital e, dois anos mais tarde, o fez governador, Geraldo Alckcmin mergulhou no silêncio nos últimos três anos e, agora, ressurge como um dos nomes para concorrer ao mesmo cargo que ocupou em quatro oportunidades. Dessa vez, não pelo PSDB, mas provavelmente pelo PSD, do aliado Gilberto Kassab.

Alckmin tem convites, também, do DEM, Podemos, PSB e PSL. A maior afinidade, porém, é com o PSD. ‘’ Eu devo realmente sair e a definição deve ocorrer aí nas próximas semanas’’, disse, em poucas palavras, o ex-governador tucano, em entrevista, nesta segunda-feira, à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, na cidade de Santos. Alckmin, ao lado de José Serra, e do senador cearense Tasso Jereissati estavam entre as lideranças emergentes da política regional e nacional que fundaram, em 1988, o PSDB.