O clima entre caminhoneiros e o governo federal segue quente e, após uma série de ameaças da categoria caso algumas de suas medidas não sejam atendidas, a classe organiza uma nova paralisação nacional para 21 de maio, quando se completa um ano da greve que abalou o governo Temer em 2018. Segundo alguns grupos da categoria, o movimento acontecerá caso haja qualquer reajuste no óleo diesel e se o piso mínimo do frete continuar a ser desobedecido.
O assunto ganhou destaque no Bate Papo Político desta quarta-feira (17), no Jornal Alerta Geral (Expresso Fm na Grande Fortaleza + 26 emissoras em todo o Interior do Estado), entre os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida. Segundo eles, o maior complicador é amplitude da categoria, não recebendo garantia de negociar com um líder apenas.
Nessa terça-feira, o governo federal anunciou uma linha de crédito de até R$ 30 mil, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para caminhoneiros autônomos, além de um investimento de R$ 2 bilhões em rodoviais. Para os jornalistas, no entanto, a medida não é o suficiente para acalmar os ânimos da categoria. Beto Almeida analisa, inclusive, que os caminhoneiros não estão conseguindo nem mesmo pagar despesas básicas.
Uma nova linha de crédito para quem já está endividado é colocar uma corda no pescoço. Muitos deles não conseguirão entrar nessa linha de crédito.
Beto Almeida
Para o jornalista Luzenor de Oliveira, “se o crédito fosse com uma taxa de juros mais baixa até ajudaria“, mas, para além desse fator, a tabela de preços é o ponto que recebe as principais queixas. Segundo o jornalista, o governo fica, assim, entre a cruz e a espada, já que a Petrobrás é uma empresa de economia mista, não podendo sofrer tantas interferências do governo federal por conta de sua política administrativa.