Após anúncio de suspensão do vestibular específico para pessoas transgênero na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), os estudantes passaram a noite no campus de Redenção, no Interior do Ceará, mobilizados em protesto contra a medida. Os universitários ocupam o espaço desde quarta-feira (17), quando o presidente Jair Bolsonaro anunciou a suspensão da prova.

Na tarde de hoje (18), uma reunião entre a reitoria, os estudantes e os professores deve ocorrer no campus da Liberdade, em Redenção. Em seguida, o assunto vai ser levado a plenária ainda nesta tarde. Os estudantes devem decidir a permanência da ocupação e quais vão ser os próximos passos da mobilização.

De acordo com a professora Luma de Andrade, que está acompanhando a movimentação, também há universitários ocupando os outros campi da Unilab no Ceará. A universidade conta com um campi em Redenção e outro em Acarape.

As inscrições para o vestibular haviam sido abertas no dia 15 de julho e um dia depois a prova foi cancelada. A Unilab havia ofertado 120 vagas em 15 cursos nos seus três campi, dois no Ceará e um na Bahia. Em resposta à suspensão, a instituição informou, em nota, que o edital do exame foi questionado pela Procuradoria Federal, pois “vai de encontro à Lei de Cotas e aos princípios da razoabilidade, proporcionalidade e da ampla concorrência em seleções públicas”.