Maria Lúcia Gonçalves Freitas de Lima, 41, ex-funcionária do deputado Tiririca acusa o parlamentar de assédio sexual. Como o deputado tem foro privilegiado, o processo foi enviado ao Supremo Tribunal Federal, no último dia 20 de junho, sendo distribuído ao ministro Celso de Mello.

A mulher fez um Boletim de Ocorrência na 10ª Delegacia de Polícia de Brasília. O deputado e sua mulher, por sua vez, entraram com uma queixa policial, afirmando que Maria Lúcia teria tentado extorquir o parlamentar em R$ 100 mil.

A acusadora foi contratada no dia 1º de março do ano passado e foi demitida em 29 de junho, sem justa causa e com aviso prévio, conforme os autos. A notícia foi amplamente divulgada nesta terça-feira na imprensa do sul do pais.

O jornal Extra, por exemplo, diz que Maria Lúcia viajou com a família do deputado federal duas vezes. Na primeira ocasião, no dia 24 de maio, Tiririca teria retornado de entrevista no Programa do Jô com “odor etílico” e teria agarrado a doméstica. O deputado, de acordo com a denúncia, teria dito que faria sexo anal e vaginal com a funcionária e teria desabotoado as calças.

O assédio teria sido presenciado pela mulher de Tiririca, assessores do político e pela filha do casal, de 8 anos. Nos autos, consta que a criança defendeu a doméstica, empurrando o pai, que teria sido levado de lá para a cama, enquanto todos riam. Dois dias depois, a família viajou ao sítio do parlamentar na capital cearense.

Ela acusa o deputado de ter continuado os assédios sempre que a via. Afirma que Tiririca teria tocado nos seus cabelos e nádegas e teria dito: “se experimentar, vai gostar”. Alega ainda que o parlamentar se jogou na piscina com o celular dela, pois a mesma tinha gravado o deputado falando “besteiras” para ela. Detalha que foi chantageada com garantia de emprego para ter relações sexuais com o patrão.

O advogado do casal, Fernando de Carvalho e Albuquerque, alegou que a doméstica tentava usa o estereótipo do personagem de Tiririca para lhe atribuir os mesmos comportamentos, às vezes chulos, em sua vida pessoal e privada. O processo no STF está nas mãos do ministro Celso de Mello que ordenou que a etiqueta dos autos fosse mudada de “crime contra o patrimônio/extorsão” para “crime contra a liberdade sexual”.