“Como o governo terceiriza o Ministério da Educação a Olavo de Carvalho?” O questionamento é feito diante de uma crise na pasta após o anúncio de um “contingenciamento” de recursos que atinge diretamente quatro universidades e institutos federais no Ceará. Nesta quarta-feira (15), uma série de manifestações acontecem em, pelo menos, 26 estados, passa por Fortaleza, na Praça da Bandeira, e em outros municípios cearenses.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, deve ir, hoje, ao plenário da Casa, prestar esclarecimentos sobre o corte no orçamento de universidades e institutos públicos federais. O ministro já é convidado a ir, também, à Câmara, pela manhã, falar sobre o mesmo assunto, mas na Comissão de Educação. A crise na educação tem, como pano de fundo, críticas ao “guru”, Olavo de Carvalho, e sua relação com a família Bolsonaro e ministros do governo.
“A burrice de dois técnicos que chagaram ao Ministério da Educação”
O assunto foi destaque no Bate Papo Político entre os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida, que criticaram o governo e a medida do Ministério. “Parece que estamos tratando com um governo envelhecido. Já são dois ministros da Educação”, destacaram, fazendo referência ao ex-ministro da pasta, Vélez Rodríguez. Para os jornalistas, a ida de Weintraub ao Plenário e à Comissão alerta para uma crise que pode levar a mais uma demissão ministerial.
Ao ser convocado – encarado como ato de prestação administrativa de serviço -, Weintraub entra para a mesma lista da qual um cearense. Cid Gomes, em 2015, na ocasião, ministro da Educação da ex-presidenta Dilma Rousseff, fez declarações consideradas polêmicas e também foi convocado a prestar esclarecimentos. Na ocasião, em um evento na Universidade Federal do Pará, Cid chamou os parlamentares de “achacadores” – quem extorque dinheiro.
Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas.
Cid Gomes prestando esclarecimentos na Casa, em 2015:
O parlamentar, Rubens Bueno, cobrou que Cid fosse ao Senado apontar os “300 achacadores” e o, na época, presidente da Casa, Eduardo Cunha, chegou a processar o ex-ministro. O na ocasião, vice-líder da oposição, Raul Jungmann, deu entrada em pedido de interpelação judicial contra Cid, e alguns parlamentares pediram a exoneração do ministro. Agora, durante o Bate Papo, os jornalistas lembraram que Cunha está preso por corrupção e Cid exerce mandato como senador.