Com quatro pré-candidatos ao Palácio do Planalto e dividido com um calendário de prévias que pode deixar a sigla ainda mais fragilizada, o PSDB está isolado na corrida para escolher um nome que atraia o apoio de antigos e novos aliados. Quatro nomes – Tasso Jereissati, Artur Virgílio, João Doria e Eduardo Leite – disputam a preferência dos militantes tucanos para definição do candidato à sucessão presidencial.

A divisão interna gera incômodos entre lideranças nacionais do partido e fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como veiculou, nesta segunda-feira, o portal UOL, entrar em campo para tentar viabilizar a escolha, entre os quatro presidenciáveis, do senador Tasso Jereissati para unir o PSDB e os partidos de centro que, no atual estágio da corrida presidencial de 2022, estão na orfandade.

Com perfil de equilíbrio político, postura moderada e experiência na vida pública adquirida a partir dos três mandatos de governador e dois mandatos no Senado, Tasso Jereissati tem se destacado como representante do PSDB na CPI da Covid-19, mas, para ser ungido candidato à Presidência da República, precisa enfrentar e vencer dois desafios.

O primeiro desafio, apontado por interlocutores, é neutralizar a resistência de familiares que preferem vê-lo longe dos embates para priorizar a saúde, e, segundo: convencer os demais presidenciáveis tucanos que o momento não é para conflito interno, mas sim para união e bom senso que abram caminhos para o fim da polarização configurada hoje pelo extremismo da esquerda (ex-presidente Luiz Inácio Inácio Lula da Silva) e da direita (atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro).

O ex-presidente FHC aposta que, com a radicalização na pré-campanha, o senador Tasso Jereissati representa o perfil de diálogo que pode se transformar na alternativa para unir o centro e o eleitorado de perfil moderado. Esse eleitorado é visto como decisivo para a construção de uma opção voltada ao ambiente enos radical e de maior pacificação política.