O Conselho Administrativo da Petrobras se reúne no próximo dia 25 para oficializar o pagamento dos dividendos extraordinários aos acionistas. Serão, pelo menos, R$ 22 distribuídos, com a maior fatia, no montante de R$ 6 bilhões, para a União – maior acionista da estatal.

A decisão da Petrobras foi antecedida de muitas cobranças e pressões internas e externas. A medida, com repercussão negativa entre investidores, ficou caraterizada como calote, gerou desgaste e desconfiança e, após muitos conflitos, o Governo recuou.

A expectativa é que a proposta seja aprovada ao ser levada à Assembleia Geral Extraordinária (AGE), marcada para o próximo dia 25 de abril. O pagamento dos 50% remanescentes ainda será avaliado pelo conselho.

Se aprovado em assembleia, o pagamento de metade dos dividendos fará a Petrobras distribuir quase R$ 22 bilhões ao mercado. Deste total, cerca de R$ 6 bilhões vão para os cofres da União, acionista majoritária da empresa.

Relembre o impasse no pagamento dos dividendos

O conselho da Petrobras decidiu em março por reter o pagamento dos dividendos extraordinários. A diretoria da companhia presidida por Jean Paul Prates. defendia o pagamento de 50% do valor. Mas o governo determinou que todo o dividendo extraordinário ficasse no fundo de reserva.

A tese de retenção de 100% dos dividendos extras era também defendida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silvia, demais representantes do ministério e a conselheira representante dos empregados.

Eles defendiam a retenção do dinheiro para melhorar as condições da empresa de obter empréstimos para investimentos. Já os acionistas minoritários queriam a distribuição total.

O impasse gerou uma crise na Petrobras que levou Prates a um processo de fritura no Palácio do Planalto, que chegou a avaliar outro nome para o cargo. Após a interferência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Prates conseguiu se manter no comando da estatal.