O alívio de receber a vacina contra a Covid-19 não é o mesmo para todos: estudos iniciais da Fundação Oswaldo Cruz no Ceará apontam que transplantados podem ter baixa taxa de anticorpos mesmo após duas doses. Para seguir com a investigação, a Fiocruz precisa que os pacientes se cadastrem antes de receberem a 3ª dose do imunizante.
De acordo com Fábio Miyajima, pesquisador da Fiocruz que coordena o estudo, o Ceará tem cerca de 5 mil transplantados de órgãos sólidos – mas, até agora, só pouco mais de 100 se cadastraram para o monitoramento. Transplantados de órgãos sólidos – rim, fígado, pâncreas, coração e pulmão – fazem parte do grupo de imunossuprimidos, que “têm dificuldade de produzir anticorpos, e eles ainda decaem mais rápido”, como explica Miyajima.
Após o cadastro junto à Fiocruz, cearenses que já fizeram transplantes e tomaram uma ou duas doses da vacina anticovid serão chamados para coleta de amostra de sangue e, a partir de então, terão o nível de anticorpos contra a Covid monitorado mensalmente ou a cada dois meses, de forma gratuita. O programa, segundo o pesquisador, é “um projeto maior da Fiocruz” e deve incluir o estudo de outras imunodeficiências, como as de transplantados de medula óssea, pessoas que vivem com HIV, idosos, imunodeficientes primários, desnutridos, entre outros.