Fortaleza registrou redução no número de mortes no trânsito pelo nono ano consecutivo, conforme a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). Em 2023, a capital cearense contabilizou 157 mortes nas vias da cidade. Os dados começaram a ser monitorados em 2014, quando 377 morreram no trânsito da capital cearense. O estudo da AMC mostrou ainda que o maior percentual de redução nas mortes foi de ocupantes de veículos quatro rodas, com diminuição de 96,7% — nos últimos dez anos.

O resultado, conforme a prefeitura, é reflexo de um conjunto de intervenções de educação, engenharia de tráfego e fiscalização preventiva que seguem as diretrizes do Plano Municipal de Segurança no Trânsito, sancionado em junho de 2022.

Alinhado com as abordagens de Sistemas Seguros e de Visão Zero, o documento orienta que nenhuma morte no trânsito é aceitável e que a responsabilidade pela segurança viária deve ser compartilhada entre poder público e sociedade, considerando que o ser humano é vulnerável e comete erros.

“A nossa missão, enquanto órgão responsável pelo disciplinamento do trânsito, é garantir um ir e vir cada vez mais seguro aos fortalezenses, investindo em infraestrutura, comandos operacionais e educativos para evitar acidentes. Mas precisamos também de um esforço mútuo dos usuários no que diz respeito ao cumprimento das normas de circulação viária e proteção aos mais vulneráveis como pedestres e ciclistas”, declarou o superintendente da AMC, Antônio Ferreira.

Registrou-se também redução de 57,4% nas fatalidades com pedestres e diminuição de 41,8% nas mortes de motociclistas.

Medidas preventivas

De janeiro a dezembro de 2023, a AMC implantou 174.413,31m² de sinalização horizontal e 3.350,20m² de sinalização vertical pela cidade. Dentre as principais medidas está a readequação da velocidade, prolongamento de calçadas, travessias elevadas, caminhos da escola, esquina segura e ampliação da rede cicloviária com o Programa Pedala Mais.

Ações de educação para o trânsito de Fortaleza também estão sendo intensificadas em caráter permanente por educadores de trânsito. No ano passado, o órgão realizou 499 comandos educativos com mais de 59 mil abordagens em diversos cruzamentos da Capital, tendo como critérios áreas de maiores conflitos e ocorrências.

Já no âmbito da fiscalização, agentes efetuaram 974 comandos em 2023, sendo 570 específicos de Lei Seca. Mais de 44 mil testes foram realizados. O comportamento de beber e dirigir é um dos fatores que mais causam acidentes, com mortes e feridos em ruas e avenidas.

Um condutor que desrespeita a lei com um copo de cerveja, por exemplo, tem três vezes mais chance de morrer em um acidente do que um condutor sóbrio, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os usuários de motocicletas representaram em 2023 mais da metade das mortes, liderando a estatística com 52,2%, seguido por pedestres (38,2%), ciclistas (8,3%) e ocupantes de automóvel (1,3%). Dentre as vítimas, a maioria é do sexo masculino, na faixa etária compreendida entre 30 e 59 anos.

Foco nos ciclistas

Outro dado importante observado pelos técnicos está relacionado aos ciclistas. Mesmo com um aumento na infraestrutura cicloviária da cidade e maior exposição de usuários de bike, o quantitativo de mortes envolvendo esse público reduziu 60,6% neste mesmo período.

Hoje são cerca de 440,6 km de ciclofaixas, ciclovias, ciclorrotas ou passeios compartilhados distribuídos por todas as regionais da cidade, o que representa um aumento de 542% quando comparado ao ano de 2012, que contabilizava apenas 68,6 km. Até o fim de 2024, essas infraestruturas chegarão a um total 500 km.