Neste domingo, o Teatro Dolby, em Los Angeles, será palco da mais aguardada premiação do cinema mundial. Acontece a 89ª edição do Oscar e o apresentador e comediante Jimmy Kimmel pela primeira vez será o anfitrião da cerimônia. No entanto, nós brasileiros, que tradicionalmente assistíamos ao vivo, desta feita vamos ter que esperar pelo horário da Globo. É que, este ano, a festa coincide com o desfile das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro transmitido ao vivo pela empresa.
A emissora, no entanto, informa que um especial com os melhores momentos da festa do Oscar 2017 será transmitida na programação da segunda-feira, 27, a partir das 15h10. A apresentação é de Christiane Pelajo e os comentários, de Artur Xexéo e Miguel Falabella.
Sessenta e dois filmes concorrem nas 24 categorias do Oscar 2017 e, este ano, a festa será marcada pela diversidade.
O diretor Barry Jenkins e o roteirista Tarell McCraney de “Moonlight, sob a luz do luar”, que concorrem ao Oscar, se conheceram depois de deixar o bairro violento de Miami onde cresceram.
Um passo que só conseguiram dar com a ajuda de pessoas como Pamela Rodriguez, a primeira professora a dar uma nota dez para Barry.
“Ele escrevia histórias e eu batia à máquina para mandar para revistas”.
O diretor diz que esse estímulo salvou a vida dele.
A história do menino Chiron se confunde com a do roteirista Tarell. Na adolescência, ele procurava abrigo num centro de artes africanas para escapar dos meninos que queriam bater nele.
“Chegou desconfiado e se soltou aos poucos. A arte deu a ele uma oportunidade”, conta o diretor do Centro, Marshal Davis.
“Moonlight – sob a luz do luar” foi quase todo filmado em Liberty City. O bairro era separado das áreas de maioria branca por um muro, que já foi quase todo demolido.
Em 2016, a Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood foi acusada de erguer uma outra barreira racial. Não indicou nenhum artista negro nas categorias principais. Teve que mudar as regras de votação e em 2017, a festa terá muito mais diversidade.
Dois coadjuvantes de “Moonlight – sob a luz do luar” concorrem ao Oscar: Mahershala Ali, que vive o traficante Juan, e Naomie Harris, a mãe do protagonista, viciada em crack.
Pela primeira vez, a categoria de atriz coadjuvante tem mais concorrentes negras do que brancas.
Octavia Spencer, de “Estrelas além do tempo”; Viola Davis, de “Um Limite Entre Nós”; Nicole Kidman, em “Lion”; e Michelle Williams, de “Manchester à beira-mar”, completam a lista.
O lixeiro falastrão de “Um Limite Entre Nós” pode dar a Denzel Washington o terceiro Oscar da carreira.
Ruth Nega concorre a melhor atriz pelo papel em “Loving”, sobre a batalha de um casal para legalizar o casamento inter-racial.
Mas o grande favorito da academia em 2017 é um filme diverso só no gênero: um musical com sabor dos anos 50.
“La la land – cantando estações” recebeu 14 indicações, incluindo melhor filme, roteiro, direção, ator e atriz principais. Um recorde só igualado por “Titanic” e “A malvada”. Nunca um musical disputou tantos prêmios.
Num ano de filmes complexos e temas pesados, a história da aspirante a atriz Mia e do pianista Sebastian pode “dar um baile” nos concorrentes.
Fonte – Revista Exame