Uma das maiores multinacionais de serviços online e software a Google anunciou novas regras para candidatos que desejam fazer propaganda eleitoral na plataforma e disponibilizará uma ferramenta de transparência para os eleitores. Entre as novidades divulgadas estão a obrigação de verificação para o anunciante do conteúdo eleitoral, a limitação de personalização dos anúncios e um relatório de transparência sobre as propagandas onde os candidatos terão que divulgar seus gastos e que será aberto ao público no site.

A internet é, hoje, uma das principais fontes de divulgação e pesquisa sobre candidatos políticos. Nas eleições de 2018, as redes sociais foram o principal veículo de divulgação e pesquisa de candidatos. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Senado, em 2019, as redes sociais foram responsáveis por influenciar 45% das pessoas na escolha dos candidatos.

A partir do dia 17 de novembro deste ano, anunciantes que desejam divulgar partidos políticos, titulares de cargos eletivos ou candidatos, passarão por uma verificação obrigatória para comprovar e identificar o autor daquela publicidade política.

— A partir de agora essa política é permamente para qualquer anunciante que deseja fazer anuncio eleitoral no Google. Essa política não vai acabar ano que vem após as eleições — disse a advogada coorporativa do Google, Natália Kuchar.

Além disso, a empresa também definiu a política em relação ao conteúdo dos anúncios, que serão moderados por sistemas automatizados, revisores manuais e canais de denúncia onde os usuários poderão indicar irregularidades. O conteúdo precisará indicar claramente as intenções eleitorais. Não serão permitidas táticas de indução de cliques, os clickbaits, e materiais com informações falsas, discurso de ódio e extremismo.

Os candidatos anunciantes não poderão segmentar o público-alvo de suas propagandas de acordo com afinidades políticas ou inclinações ideológicas. Ou seja, alguém que se define como politicamente de direita, por exemplo, não necessariamente receberá mais anúncios de candidatos dessa posição política.

Ao contrário de empresas de comércio que podem segmentar seus usuários com outras informações sobre o perfil do usuário, na publicidade política serão permitidos apenas critérios como localização geográfica com restrições limitadas, faixa etária e sexo.

Natália Kuchar destacou que, assim como já ocorre na página de buscas, os anúncios ficarão identificados e marcados no topo da página. Além disso, o resultado orgânico da busca, ou seja, as páginas buscadas pelo usuário que não são propagandas, não são influenciadas pelas publicidades eleitorais

— Os anúncios são direcionados com base no contexto, na palavra-chave. Então se um candidato que direcionar o anúncio para buscas de “questões de saúde”, por ser uma pauta sua, ele escolherá essa palavra-chave — afirmou a advogada.

Diversas informações sobre essas propagandas estarão disponíveis no “Relatório de transparência de anúncios políticos” que será disponibilizado no primeiro semestre do ano que vem. O público poderá consultar o número de anúncios feito pelo candidato, o valor total investido, o gasto por anúncio e por partido, além do número de pessoas que visualizaram, entre outras informações.