O governo federal vai propor ao conselho do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) a privatização da Eletrobras. A justificativa é modernizar e deixar a empresa mais competitiva.

“Estamos entregando ao setor de infraestrutura e ao sistema elétrico brasileiro uma nova empresa. Muito mais ágil e moderna, com capacidade de enfrentar os desafios de um cenário ainda mais competitivo, de empresas e corporações globalizadas”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, em entrevista coletiva.

A exemplo do que já foi feito na Vale e Embraer, a proposta da pasta é reduzir o papel de acionista do governo federal na companhia. Com isso, será possível melhorar a competitividade, atrair mais investimentos e sanar as finanças da empresa, prejudicada financeiramente nos últimos anos por sucessivas intervenções estatais.

De acordo com o ministro, a modelagem da operação, o tamanho da participação do governo federal e a arrecadação com a privatização serão informados posteriormente.

“Entendemos que, sem as amarras de uma empresa pública, a Eletrobras vai ser muito mais eficiente e ágil. Nossa expectativa é que até o fim do primeiro semestre do próximo ano a gente possa ter esse movimento concluído”, completou o ministro.

Itaipu e Eletronuclear

A usina hidrelétrica Itaipu e a Eletronuclear, subsidiária que comanda as empresas de energia nuclear da estatal, terão tratamento à parte na privatização. Segundo o ministro, a ideia inicial é de que a empresa nuclear fique no controle da União, visto que essa é uma determinação constitucional.

Já a usina de Itaipu também terá de ser analisada mais adiante, uma vez que é fruto de uma relação bilateral entre o Brasil e o Paraguai.

Eletrobras

Responsável por grande parte da geração de energia elétrica no Brasil, a Eletrobras é uma companhia de sociedade mista. Isto é, tem na sua composição societária a participação do governo federal e da iniciativa privada.

Atualmente, 51% das ações da companhia são da União, o que significa que o governo federal é hoje o acionista majoritário da Eletrobras. Com a privatização, ou seja, a redução das suas ações, o governo federal continuará com o direito de receber dividendos, lucros, mas terá um poder de voto reduzido, valendo apenas para algumas decisões estratégicas.

Com informações do Ministério de Minas e Energia