A Secretária de Educação, Lindomar da Silva Soares, negocia com o Sindicato dos Professores uma data para reinício das atividades ainda no mês de fevereiro, destacando que o sucateamento das escolas e a greve do magistério, ocorrida no final de 2016, são os principais entraves. Por conta da greve, o ano letivo ficou encerrado na segunda quinzena de janeiro deste ano, informou.
Para a secretária, os desafios são gigantescos. “Neste primeiro momento, nos debruçamos a conhecer a real situação da educação no município e o que estamos vendo é um caso de verdadeiro descaso e desrespeito”. “Só acredita quem vê, uma verdadeira tristeza”, lamenta Lindomar que comanda uma equipe formada por educadores e técnicos da secretaria de obras no trabalho de visita às escolas.
Segundo ela, o que se tem constatado é um quadro de abandono, “caos”. Ao todo são 137 escolas e mais 48 anexos, todos em condições inadequadas, salas de aula precárias, banheiros e espaços físicos inadequados.
Como exemplo ela cita a Escola Coronel Pinho que está na pior situação, sem condições de funcionamento. O mais curioso, diz Lindomar, é que na frente da escola tem uma faixa em homenagem aos 31 anos de sua existência e ainda hoje funciona em local alugado.
Durante todo o mês de janeiro foi realizada uma força tarefa das Secretarias de Educação e Obras visitando todas escolas numa determinação do prefeito Naumi Amorim. O objetivo é reformar com urgência as unidades de forma a deixá-las aptas para receber os quase 56 mil alunos. A Secretaria de Educação também está formando seu banco de dados, uma vez que não recebeu da administração anterior o balanço anual e tão pouco o sistema de informação sobre lotação. “Tudo era feito de forma manual, por isso estamos tendo problemas em formular um sistema de Recursos Humanos”, afirma.
Os desafios a serem enfrentados vão desde a reforma das escolas – onde cerca de 80% estão sem condições adequadas – e elaborar um calendário curricular que seja possível enquadrá-lo dentro do ano de 2017. Paralelo a isso, a secretaria está elaborando o planeamento para o ano e criando uma proposta curricular. Também está regularizando o transporte escolar. A Prefeitura possui uma frota de 70 veículos todos necessitando manutenção e mais 25 veículos particulares em rotas terceirizadas. Nesta última muitas irregularidades. Uma rota para atender apenas um aluno e outras rotas q ue percorriam somente 15 km e recebia por 150 km rodados por mês.
“Estamos trabalhando para minimizar os impactos dessa realidade”, diz Lindomar, acrescentando que está entre os desafios abrigar uma grande quantidade de crianças que estão fora das creches e atrair os jovens que abandonaram a sala de aula”. Com essas e outras medidas esperamos retomar o crescimento e voltar a preencher os requisitos para os índices que medem a educação no Brasil como o Indice de Desenvolvimento da Educação Básicas (IDEB). Caucaia, neste últimos anos, estava sem pontuação, concluiu.
Jornal Grande Porto