O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, registrou seu voto no segundo turno da eleição neste domingo (28). O petista votou em uma escola em Indianápolis, bairro da zona sul de São Paulo. ”Vamos lutar até o último minuto’, disse Haddad um pouco antes de registrar o voto.
Mais cedo, Haddad tomou café da manhã com lideranças petistas em um hotel também na zona sul de São Paulo. “Gente importante declarou voto em mim”, disse. A fala é referência ao apoio recebido pelo ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa. Aos jornalistas, o petista fez uma crítica indireta a Ciro Gomes (PDT), que não declarou apoio explícito à sua candidatura. Vamos olhar para os brasileiros que tiveram, num momento difícil da vida nacional, uma postura de honradez, defendendo o Brasil e a democracia”,
Haddad também festejou os resultados das pesquisas Datafolha e Ibope, divulgadas no sábado (27). Segundo os levantamentos, houve uma queda na diferença entre ele e Bolsonaro. “Estou muito confiante que vamos ter um grande resultado hoje. Vamos lutar até o último minuto. As pesquisas indicam uma retomada importante da intenção de voto no nosso projeto. E eu confio na democracia, confio no povo brasileiro”.
Haddad chegou ao segundo turno com 29% dos votos válidos, atrás de Jair Bolsonaro (PSL), que teve 46%. Na zona eleitoral onde vota, de número 258, Haddad foi o quinto candidato preferido dos eleitores no primeiro turno, com 6,88% dos votos válidos. Ele ficou atrás do próprio Bolsonaro (53,97%), Ciro Gomes (PDT, 14,05%), Geraldo Alckmin (PSDB, 10,86%) e João Amoêdo (10,73%).
Pesquisas divulgadas neste sábado (27) mostraram que Bolsonaro segue na liderança, mas que a diferença para Haddad diminuiu. No Ibope, o candidato do PSL tem 54% dos votos válidos contra 46%. Já no Datafolha, Bolsonaro tem 55% contra 45% de Haddad.
O petista tem usado os números das pesquisas para reforçar um discurso de virada. Em seus últimos dias de campanha, Haddad participou de atos em São Paulo, no Rio e ainda fez um giro pelo Nordeste, passando pelas cidades de Recife, João Pessoa e Salvador.
“Quero pedir para cada um de vocês um voto a mais para varrer o fascismo desse país”, afirmou em ato no Tuca, teatro da PUC em São Paulo. Em Recife, Haddad chegou a dizer que Bolsonaro não vai ter oposição porque “não vai ser governo” e incentivou os presentes a conversar com eleitores do deputado federal para convencê-los a mudar o voto. “Está fácil virar voto no Brasil inteiro”, disse.
Haddad chegou ao local de votação após tomar café da manhã em um hotel na região do Paraíso, também na zona sul da capital paulista. No primeiro turno, o candidato fez rotina semelhante, mas com café da manhã no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, berço sindical e político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Logo após a confirmação do segundo turno, em uma tentativa de driblar o antipetismo e o antilulismo, o PT buscou afastar a imagem de Lula na campanha de Haddad.
Além retirar Lula dos materiais de campanha, a cor vermelha, tradicional do partido, foi substituída pelas tonalidades da bandeira brasileira, em azul, verde e amarelo. O ex-prefeito de São Paulo também deixou de visitar Lula às segundas-feiras na prisão, em Curitiba.
Segundo a agenda de campanha prevista para este domingo, às 17h, Haddad voltará ao hotel onde passou a manhã para acompanhar a apuração dos votos ao lado de correligionários.
Haddad chega ao segundo turno sem conseguir formar uma aliança de lideranças partidárias em torno de sua candidatura. O candidato derrotado Guilherme Boulos, do PSOL, foi o único que prontamente se somou à campanha petista após o primeiro turno.
Já o PDT, do candidato derrotado Ciro Gomes, declarou “apoio crítico” ao PT. Logo depois do primeiro turno, Ciro viajou para a Europa, onde passou as últimas semanas. Na tentativa de conquistar o apoio explícito de Ciro, Haddad fez diversos acenos ao pedetista ao longo da campanha. Os esforços, no entanto, não surtiram efeito. Ciro, que voltou ao Brasil nesta sexta, gravou ontem um vídeo pedindo que os brasileiros votem “contra a intolerância”, sem citar nominalmente Haddad ou Bolsonaro.
Também às vésperas do segundo turno, o ex-ministro Joaquim Barbosa (PSB), relator do Mensalão, citou “medo” de Bolsonaro e declarou voto em Haddad.
Na esteira do apoio “crítico”, a candidata derrotada Marina Silva (Rede) declarou “voto crítico” em Haddad a seis dias do segundo turno. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), também procurado por Haddad, afirmou que não votará em Bolsonaro –mas, ao mesmo tempo, tem feito duras críticas ao PT.
Com informações UOL