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Foi com a testagem que a comerciante Maria de Fátima Sousa, de 47 anos, descobriu que tinha hepatite C. Do diagnóstico, há dois anos, Maria foi encaminhada ao ambulatório de hepatites virais do Hospital São José. Depois de vários exames e os medicamentos indicados, as consultas agora são apenas de acompanhamento e orientações, pois a comerciante está curada. “Façam o teste. Eu fiz, descobri que estava com o vírus, fiz meu tratamento direitinho e hoje vivo muito bem, curada da hepatite C”, comemora Maria de Fátima.

Sintomas

A icterícia, amarelamento da pele e dos olhos, é um dos poucos sintomas que podem aparecer e somente na fase inicial da doença que, se não tratada, pode causar cirrose e câncer de fígado. Em alguns poucos casos também podem aparecer vômitos, fadiga, dor abdominal e perda de apetite e urina escura.

Segundo o Ministério da Saúde, quase 167 mil brasileiros têm hepatite B e outros 208 mil têm hepatite C. Os dois tipos dessa inflamação no fígado são os mais comuns no país. De acordo com a médica hepatologista e coordenadora do ambulatório de hepatites do HSJ, Elodie Bomfim Hyppolito, esses números são maiores que os de infecção pelo HIV. “Estamos fazendo um esforço muito grande pela busca do diagnóstico, pois dessa enorme quantidade de pessoas, menos de 20% já tem o diagnóstico confirmado. Muitos pacientes que poderíamos tratar com efetividade e até curar, no caso da hepatite C, nós estamos perdendo pela falta do diagnóstico precoce”, reforça a médica.

Os testes para diagnóstico de Hepatites B e C estão disponíveis na rede básica de saúde e para fazer a testagem não é necessário encaminhamento médico, basta solicitar. “Quem desejar fazer o teste pode fazer. Mas é mais indicado para alguns grupos como de pessoas maiores de 40 anos, pessoas que fizeram sexo desprotegido, pacientes renais crônicos, aqueles que fizeram tatuagem, profissionais da área da saúde, policiais, bombeiros, manicures”, explica a médica.

“É duzentas vezes mais fácil pegar hepatite B do que HIV no contato sexual desprotegido e 20 vezes mais comum contrair hepatite C do que o HIV no contato com o sangue. São vírus muito infectantes e resistentes no meio ambiente”, finaliza a médica Elodie Bomfim Hyppolito.

A transmissão por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, muito comum no passado, é atualmente considerada rara por conta do elevado controle e da melhoria das tecnologias de triagem de doadores.

Prevenção

A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente. As hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e câncer.

A vacina é uma forma de prevenção contra as hepatites do tipo A e B. Quem é vacinado para o tipo B se protege também para hepatite D. Está disponível gratuitamente no SUS. Para os demais tipos de vírus não há vacina e o tratamento é indicado pelo médico.

Serviço

Ambulatório de Hepatites Virais do Hospital São José
Rua Nestor Barbosa, 315 – Parquelândia
Consultas com encaminhamento médico e agendadas pelo telefone 3101.2343.