A produção industrial avançou 3,8% no Ceará na passagem de maio para junho. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), divulgada hoje pelo IBGE. Em maio, essa variação havia sido de 6,3%, demonstrando uma desaceleração de 2,5 p.p.. Esse é o terceiro mês consecutivo de variações positivas na produção industrial cearense.

No ano, a indústria cearense acumula alta de 26,8% e em 12 meses de 15,2%.

A produção industrial recuou em dez dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), na passagem de maio para junho. As principais quedas foram no Paraná (-5,7%) e no Pará (-5,7%). Também teve grande influência no resultado o recuo em São Paulo (-0,9%). A produção nacional teve variação nula (0,0%), como divulgado pelo IBGE na semana passada (3).

“A alta de maio aconteceu após alguma flexibilização das medidas de isolamento social em relação a abril, quando houve mais interrupções na cadeia produtiva por conta do acirramento da pandemia da Covid-19. Já o resultado de junho, mostrando estabilidade, demonstra mais realisticamente o ambiente em que se encontra a indústria nacional”, afirma o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida.

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Principal influência negativa e local com maior queda absoluta, o Paraná registrou recuo de 5,7%, o mais intenso desde abril de 2020 (-27,1%), no auge do fechamento das unidades industriais por conta da pandemia. O índice de junho foi puxado pelo baixo desempenho do setor de veículos e do setor de derivados do petróleo. Foi a terceira taxa negativa seguida para o estado do Sul, com perda acumulada de 10,2%.

O Pará empatou com o Paraná como local com maior queda absoluta e foi a terceira principal influência no resultado geral. A contribuição mais relevante para o recuo foi do setor de metalurgia. O setor de celulose, papel e produtos de papel e o setor de produtos minerais não-metálicos também contribuíram para a queda no estado do Norte, que registrou a segunda taxa negativa seguida, acumulando perda de 7,9% no período.

Maior parque industrial do país, São Paulo foi a segunda principal influência de queda no mês, com queda de 0,9%, atribuída principalmente ao setor de veículos, atividade mais forte do estado paulista. “O setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos também contribuiu, com desempenho abaixo”, acrescenta Bernardo. Mesmo assim, o estado encontra-se acima do patamar pré-pandemia.

Completam os locais com queda na produção em junho: Pernambuco (-2,8%), Mato Grosso (-1,9%), Espírito Santo (-1,6%), Goiás (-1,1%), Rio Grande do Sul (-0,9%), Minas Gerais (-0,6%) e Santa Catarina (-0,3%).

Pelo lado das altas, destaque para a Bahia (10,5%) e para a Região Nordeste (6,4%), os maiores avanços em absoluto, além do Rio de Janeiro (2,8%), que por conta da importância, exerceu a maior influência nos resultados positivos da indústria. Graças ao bom desempenho de metalurgia e do setor de derivados do petróleo no mês, o estado fluminense assinalou a terceira taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 10,3% no período.

Já a alta na Bahia, segunda maior influência, foi puxada pelo bom resultado do setor de derivados do petróleo, muito atuante dentro da indústria baiana. É a segunda taxa consecutiva para o estado, com ganho acumulado de 11,1%. Como o cálculo da Região Nordeste abrange todos os estados, o desempenho positivo da Bahia também afetou o local, cuja alta teve influência, além do setor de derivados de petróleo, também do setor de couro, artigos de viagens e calçados. Com o resultado positivo de junho, o Nordeste interrompe seis meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou perda de 21,1%. Amazonas (4,4%) e Ceará (3,8%) completam os locais com alta na produção industrial no mês.

Em relação a junho de 2020, indústria cearense tem crescimento de 31,1%

Na comparação com junho do ano passado, cujo crescimento nacional foi de 12%, a indústria cearense registra crescimento de 31,1%.

Espírito Santo (34,3%) e Ceará (31,1%) marcaram as maiores altas. Amazonas (24,0%), Santa Catarina (23,2%), Minas Gerais (23,1%), Rio de Janeiro (15,3%), São Paulo (14,6%) e Rio Grande do Sul (13,4%) também registraram avanços mais intensos do que a média da indústria nacional. O Paraná (8,2%) e a Região Nordeste (3,5%) completam o conjunto de locais com aumento na produção em junho.

O gerente da pesquisa destaca que o resultado é influenciado, em grande parte, pela baixa base de comparação. “Em junho de 2020, o setor industrial foi pressionado pelo aprofundamento das paralisações ocorridas em diversas plantas industriais, fruto, especialmente, do movimento de isolamento social por conta da pandemia de Covid-19”, ressalta Bernardo. Vale citar também que junho de 2021 teve o mesmo número de dias úteis do que junho de 2020 (21 dias).

Por outro lado, Pará (-8,0%) e Bahia (-7,9%) apontaram as maiores quedas na comparação, seguidos por Mato Grosso (-6,9%), Goiás (-4,2%) e Pernambuco (-2,7%).

No Ceará, a atividade com maior variação foi a fabricação de produtos têxteis (151,8%), enquanto a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-29,1%) registrou a maior queda.

Seções e atividades industriais (CNAE 2.0)Variação percentual mensal (Base: igual mês do ano anterior) (%)
Fabricação de produtos têxteis151,8
Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados133,7
Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos119
Confecção de artigos do vestuário e acessórios118,9
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos63,6
Indústrias de transformação31,1
Indústria geral31,1
Fabricação de outros produtos químicos15,3
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos10
Metalurgia6,6
Fabricação de produtos alimentícios-5,7
Fabricação de bebidas-13,9
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis-29,1

Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

(*)com informação do IBGE