O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 4,08% nos 12 meses até abril, sobre 4,57% no mês anterior. Trata-se do nível mais baixo nessa base de comparação desde julho de 2007, quando a inflação chegou a 3,74%. Além disso, o IPCA em 12 meses foi abaixo do centro da meta oficial, de 4,5%, pela primeira vez desde agosto de 2010, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 10.
Os preços de energia elétrica e combustíveis recuaram e o resultado abriu caminho para o Banco Central ser mais agressivo ao reduzir os juros. A meta oficial é de 4,5% pelo IPCA, com tolerância de 1,5 ponto percentual neste ano e no próximo.
Na comparação mensal, o IPCA desacelerou a alta a 0,14% no mês passado, sobre 0,25% em março, ligeiramente abaixo das expectativas de analistas em pesquisa da Reuters, de 0,16% no período. Para o acumulando em 12 meses, as contas indicavam avanço de 4,1%.
A menor pressão inflacionária tem como pano de fundo cenário de recuperação econômica ainda fraquejante, com desemprego alto e renda baixa que contêm o consumo.
Energia e combustíveis. A inflação de abril teve como destaques as quedas nos preços de energia elétrica e combustíveis, respectivamente de 6,39% e 1,95%, em abril. Segundo o IBGE, a queda nas contas de energia representou o maior impacto negativo do mês (-0,22 ponto percentual) e se deveu aos descontos adotados para compensar cobranças indevidas relacionadas à usina de Angra III.
Isso levou o grupo Habitação a registrar deflação em abril, de 1,09%. Por outro lado, os preços de Saúde e Cuidados Pessoais aumentaram 1%, enquanto os de Alimentação aceleraram a alta a 0,58%.
Já a inflação de serviços, que tem destaque na condução da política monetária do BC, mostrou mais pressão em abril ao subir 0,49%, sobre 0,33% no mês anterior. Em 12 meses, entretanto, a alta desacelerou a 5,96%, sobre 6,05%.
Economistas consultados na pesquisa Focus do BC veem a inflação oficial terminando este ano a 4,01%. A perspectiva para a taxa básica de juros é de novo corte de 1 ponto percentual neste mês, terminando 2017 a 8,5%.
Atualmente a Selic está em 11,25%, e o resultado da inflação favorece a possibilidade de ritmo mais intenso de cortes, além de alimentar a discussão sobre meta de inflação menor de inflação para 2019.
O BC explicou que chegou a discutir que a conjuntura econômica já permitiria redução maior dos juros em sua última decisão de política monetária, em abril, mas acabou optando por queda mais modesta devido ao cenário de incertezas e riscos.
Com informações O Estado de São Paulo