A inflação de produtos e serviços desacelerou no Brasil e acumula, no ano, avanço de 2,5% – o mais baixo para o mês de novembro desde 1998, segundo informou nesta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa menos da metade da taxa registrada no mesmo período de 2016.
Os preços de alimentos e bebidas, que têm o maior peso no cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulam queda de 2,4%, a mais intensa desde a implementação do Plano Real em 1994, de acordo com o IBGE. A alimentação fora de casa está 5,25% mais barata, e alguns alimentos como feijão, arroz, farinha e açucar custam até 40% menos.
Se por um lado o preço dos alimentos caiu, o do gás de cozinha subiu 14,75%. O impacto no índice geral de preços não foi maior porque seu peso no cálculo não é tão grande quanto o dos itens de alimentação.
Índice acumulado em outros grupos de despesa:
- Artigos de residência: -1,51%
- Habitação: 6,68%
- Vestuário: 2,02%
- Transportes: 2,84%
- Saúde e cuidados pessoais: 6,09%
- Despesas pessoais: 3,96%
- Educação: 6,94%
- Comunicação: 1,87%
Com o aumento dos preços da gasolina (2,92%) e do etanol (4,14%), o grupo de despesas com transportes avançou de 0,49% para 0,52%. Por outro lado, as passagens aéreas ficaram 10,03% mais baratas em novembro.
Variação mensal por grupos de despesa:
- Alimentação e bebidas: de -0,05% para -0,38%
- Habitação: de 1,33% para 1,27%
- Artigos de residência: de -0,39% para -0,45%
- Vestuário: de 0,71% para 0,10%
- Transportes: de 0,49% para 0,52%
- Saúde e cuidados pessoais: de 0,52% para 0,34%
- Despesas pessoais: de 0,32% para 0,42%
- Educação: de 0,06% para 0,03%
- Comunicação: de 0,40% para 0,15%
Segundo Goncalves, a recessão ainda influencia os preços. “As famílias ainda estão com o comportamento tímido. Apesar da retomada de alguns empregos e do Fundo de Garantia, elas ainda estão segurando o consumo e isso impacta nos preços.”
Em 12 meses, o IPCA chegou a 2,8% – acima dos 2,7% registrados anteriormente. O número segue bem abaixo do centro da meta de inflação do Banco Central, de 4,5% no ano.
O IPCA de novembro ficou abaixo da média de 0,35% estimada por 27 consultorias e instituições financeiras consultadas peloValor Data. O intervalo das projeções ia de alta de 0,31% a 0,47%. No acumulado de 12 meses, a expectativa era de alta de 2,88%.
Nesta sexta-feira, 8, o IBGE também divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,18% em novembro, abaixo do 0,37% de outubro. No ano, o índice acumula alta de 1,80% (abaixo dos 6,43% de 2016) e, em 12 meses, de 1,95%, acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (1,83%). Em novembro de 2016, o INPC foi de 0,07%.
Com informação do G1