A maioria (66,7%) dos participantes discorda, afirmando que a flexibilização pode acarretar aumento de acidentes e vítimas no trânsito. Outros 33,3% avaliam que o cidadão brasileiro já tem maturidade para dirigir com responsabilidade.
Para o deputado Carlos Felipe (PCdoB), qualquer flexibilização nas leis e medidas do trânsito vai aumentar o número de acidentes e mortes nas vias.
“Vejo com muita preocupação esse tipo de medida que fragiliza as leis do trânsito no Brasil. Tivemos uma diminuição de mortes com a Lei Seca, trabalhos educacionais e demais medidas de rigor. Não podemos retroceder de ações que dão resultados”, afirma.
A flexibilização nas leis do trânsito não vai ajudar a preservar vidas ou ter uma mobilidade segura nas ruas, segundo o deputado Acrísio Sena (PT).
“É surreal a proposta de redução de pontos na carteira e demais mudanças que enfraquecem o Código de Trânsito. Já vivemos um caos nas vias, e essas medidas, se adotadas, vão apenas tirar mais vidas de motoristas e passageiros”, alerta.
O deputado Heitor Férrer (SD) também é contrário a medidas que esmoreçam as regras no trânsito.
“A proposta de abrandar multas vai fazer o cidadão ficar mais desleixado na direção. Nada que enfraqueça as leis nas ruas vai ser de valia para o motorista, ainda mais sendo propostas que pretendem proteger um infrator”, lamenta.
O professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC) Mário Ângelo de Azevedo enfatiza que qualquer enfraquecimento no Código de Trânsito é prejudicial para a sociedade, já que vai fazer com que aumentem os acidentes e mortes.
“As leis são feitas a partir de estudos e de dados. Se existe determinada regra, é para proteger os motoristas e pedestres”, afirma.
Mário Ângelo de Azevedo acrescenta ainda que tornar menos rígidas as leis é permitir que o cidadão ande desprotegido.
“Nós demoramos muito para instituir o Código de Trânsito Brasileiro. É uma loucura mexer nas leis para enfraquecê-las. Precisamos de medidas que venham a somar, e não prejudicar os cidadãos”, observa.