Cotado como provável candidato do PT ao Planto, no caso da impossibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputar a eleição, Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, defendeu a manutenção da candidatura de Lula, mas não descartou outro nome “de dentro ou de fora do partido”.
“Não é hora de ficar construindo plano A, B, ou C. Gosto de dizer que sou plano L, de Lula, ou plano U, de único candidato para mim”, afirmou Jaques Wagner nesta quarta-feira, 11. O ex-governador esteve no acampamento de apoiadores de Lula, montado nas proximidades da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde o ex-presidente está preso.
Sobre sua ausência no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, onde Lula passou as últimas 48 horas antes da prisão, Jaques Wagner disse que foi um erro de avaliação de sua equipe na hora de comprar a passagem aérea. “Não tomem minha ausência como nenhum afastamento. Quem mais sofreu fui eu e [a minha mulher] Fátima [Mendonça] de não estarmos colado com ele em uma hora de dor dele, mas ele sabe que estamos com ele física e espiritualmente”, afirmou.
“Depois, todo mundo interpreta como quer e meu nome surge como plano A, B ou C. Quem mais sentiu de não estar lá naquele momento fui eu. Nada justifica. Mas isso não me tira da Luta e nem da minha amizade com o Lula”, declarou.
O nome de Jaques Wagner como plano B no PT perdeu força após ele ser alvo de uma operação da Polícia Federal, em fevereiro deste ano. O ex-governador é suspeito de receber R$ 82 milhões em propina e caixa 2. Ele diz que as acusações são “infundadas”.
Para Jaques Wagner, o PT deve concentrar sua energia na “defesa da democracia”, que, em sua avaliação, serviria para reverter o quadro enfrentado pelo ex-presidente e colocá-lo como candidato. Na avaliação do ex-governador, discutir outro nome para discutir a eleição neste momento legitimaria a prisão do ex-presidente.
“A interdição do Lula não afronta o PT ou a esquerda, mas a democracia. Alguns podem estar torcendo e batendo palma por uma conta muito rasa, muito mesquinha e imediatista”, disse. “Toda vez que se interdita a democracia, isso trabalha contra qualquer partido político e ideário, de direita ou de esquerda”, declarou.
Jaques Wagner, no entanto, não descartou que o PT possa fazer alianças com outros partidos para o futuro em um cenário sem a presença do ex-presidente para o embate eleitoral. “Se vier a interdição [da candidatura] do Lula, acho que a gente terá acumulado o suficiente para escolher alguém de dentro ou de fora do partido”, afirmou.
Questionado sobre a capacidade de Lula em transferir votos para outro candidato, Jaques Wagner disse que as pesquisas apontam neste sentido, mas que nem sempre isso aconteceu. “Depende muito do indicado. Já vi o Lula apoiar candidatos que não ganharam, não para presidente, mas para governador ou prefeito” avaliou.
Com informações do Uol Notícias