A Justiça adiou o julgamento popular do administrador Anderson Rodrigues Leitão, de 27 anos, que deveria ter acontecido nesta quinta-feira (17) em São Paulo. O réu é acusado do assassinato da ex-namorada, a dançarina Ana Carolina de Souza Vieira, de 30 anos, em 2015.

Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ), a data do novo júri foi marcada para 5 de dezembro, às 13h. Ele irá ocorrer no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital.

A defesa de Anderson pediu o adiamento alegando que uma testemunha importante faltou e fazia questão da presença dela no julgamento. Como ela não compareceu, o juiz Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara, decidiu adiar o júri.

Há quase dois anos, Anderson confessou ter esganado Ana no apartamento em que ela morava na Zona Sul de São Paulo em 2 de novembro. O corpo dela só foi encontrado dois dias depois. O administrador foi preso em flagrante e disse que matou a ex por ciúmes após uma discussão. Ele não aceitava o fim do namoro.

“Montei em cima dela e a estrangulei [esganei] com as minhas próprias mãos”, contou ele naquela ocasião, que, na verdade a esganou. Anderson alegou ainda ter tentado se suicidar em seguida, tomando veneno. Ele está preso preventivamente na Penitenciária masculina de Tremembé, no interior paulista.

No julgamento de crimes dolosos contrar a vida, sete pessoas da sociedade serão escolhidas pela acusação e pela defesa do réu para julgar Anderson, que responderá pelas acusações de homicídio dolosos qualificado, ocultação de cadáver, feminicídio e furto.

As qualificadoras do homicídio são meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. O administrador ainda é acusado de ter furtado US$ 700, 80 libras e R$ 800 de Ana, além de ter pego um celular e cartão bancário da dançarina.

O promotor Miguel Angelo Ciavarelli Nogueira dos Santos deverá ser a representante do Ministério Público (MP), responsável por acusar Anderson pelos crimes. A defesa do acusado poderá ficar a cargo da Defensoria Pública.

Cerca de dez testemunhas, entre as de acusação e da defesa, serão ouvidas. Em seguida, deverão ocorrer o interrogatório do réu e os debates entre Promotoria e Defensoria. Após isso, os jurados se reúnem para votar se Anderson é culpado ou inocente e ainda se deve ser condenado ou absolvido. A sentença, com a pena ou não, sempre será do magistrado.

Conforme a confissão que o administrador deu à Polícia Civil, ele matou a dançarina no quinto andar do Condomínio Neo Ipiranga, na Rua Vergueiro. O cadáver de Ana só foi encontrado no dia 4 de novembro por vizinhos devido ao mau cheiro.

Zeladores do prédio decidirem tocar a campainha do apartamento da dançarina. Como a porta estava destravada, eles entraram e a encontraram morta na cama do quarto. Então chamaram a Polícia Militar (PM), que prendeu Anderson.

Os policiais encontraram as janelas fechadas, um ventilador ligado e incensos acesos. Ana tinham sinais de violência pelo corpo. Anderson confessou que asfixiou Ana após uma briga. A dançarina teria ficado irritada quando ele olhou as mensagens de WhatsApp no celular dela. Em seguida, segundo o acusado, a ex teria dito que gostaria de vê-lo morto. O administrador ocultou o corpo dela por dois dias.

O assassino falou que depois tomou veneno de rato para morrer abraçado a ex-namorada. “Quando me dei conta, ela já estava desfalecida, apagada, e não tinha mais o que fazer”, disse. Chorando, ainda pediu para a família da ex-namorada perdoá-lo. Após matar Ana, Anderson postou em seu Facebook, uma mensagem em que dizia: “Deus, tenha misericórdia de nossas almas, adeus a todos”. Nos comentários, amigos e até estranhos o chamaram de “monstro” e pediram sua prisão pelo crime.

Com informações G1 – CE

Meses antes do crime, em junho de 2015, Ana havia participado do concurso “Bailarina do Faustão”, do programa Domingão do Faustão, da TV Globo, também na capital paulista. Ela ainda fez testes por cerca de um mês com a banda Aviões do Forró, que divulgou uma nota lamentando a morte da dançarina à época.

A cearense Ana já havia alertado a portaria do prédio para não deixar Anderson entrar no condomínio por causa das inúmeras brigas quando eles namoravam. Até cartazes com as fotos dele foram deixadas por ela com o porteiro.

Familiares da vítima chegaram a contar a imprensa que Ana relatou ter sido ameaçada por Anderson após o fim do relacionamento. Para os parentes da dançarina, ele é agressivo e possessivo.