O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um duro discurso a trabalhadores rurais, no início da tarde deste sábado (19), em Feira de Santana (BA), criticou a “elite” e pediu confiança ao PT. Para isso, disse que, se o partido voltar, terá posturas diferentes por saber, agora, em quem confiar.

“A única coisa que eu queria que vocês soubessem é que, se um dia o PT voltar a governar esse país, a gente vai fazer mais do que fez, vai ter mais compromisso que a gente teve, porque a gente tem certeza de quem está do nosso lado”, disse, numa clara referência a partidos e empresários que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff.

Ao lado do governador da Bahia Rui Costa (PT) e da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, ele disse que, quando governou o país (entre 2003 e 2010) usava um discurso mais universal ao povo, mas que no fundo sempre teve uma predileção pelos pobres. “Quando era presidente eu dizia que governava para todo mundo, mas sempre souberam que tenho minha preferência”, afirmou.

Para Lula, os governos petistas são os melhores que o país pode ter, seja em qual esfera de poder. “Eles sabem que nossos governos são os mais competentes. Desde a primeira prefeitura, em 1982, quando ganhamos e criamos o orçamento participativo, algo reconhecido pela ONU e Unesco. Eu acho que eles não gostam de gostar de pobre”, disse.

Lula voltou a dizer que “eles sabem que posso dar um jeito nesse país”. “A gente precisa levantar a cabeça, não baixar, não se amargurar e lutar. O Brasil tem jeito, é um país extraordinário”, pontuou.

O ex-presidente ainda pediu para que as pessoas ajudem a melhorar a qualidade dos políticos durante os processos eleitorais. Para ele, o Congresso brasileiro “não surgiu do nada” e representa o “retrato” da mobilização do país no dia da eleição.

“O povo vai começar a ficar esperto, não dá mais para votar sem saber se é raposa ou não, se ele vai ter coragem de acabar com a aposentadoria rural desse país”, afirmou.

O discurso de Lula foi quase que inteiro criticando “elites” e defendendo políticas públicas aos mais pobres. Disse que, apesar de todos empresários terem ganho dinheiro em seu governo, eles não reconhecem.

“O rico, além de pegar financiamento, sai falado mal de gente, é ingrato. Quando você dá R$ 20 a uma pessoa humilde, ela agradece e vai levar comida para casa. O rico vai abrir uma conta corrente e investir no exterior. Mas eles sabem que a gente aprendeu isso, está mais calejado. Por isso que é bom não ter medo de ficar velho”, afirmou.

Crédito do Jornal UOL