Menos de uma semana após a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL, de Valdemar Costa Neto, o líder do partido no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), usou a tribuna da Casa para cobrar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que paute o projeto que cria o passaporte nacional de imunização e segurança sanitária (PSS). A medida vai contra as declarações de Bolsonaro e aliados, que resistem a exigência do documento para atestar a vacinação contra Covid-19.
O discurso de Portinho foi compartilhado pelo PL nas redes sociais. Esse deve ser um dos temas de discordância entre Bolsonaro e as lideranças do partido.
— Não vou deixar de insistir para a aprovação desse projeto, agora mais do que nunca vital. A Câmara dos Deputados precisa aprová-lo o quanto antes, haja vista o aumento dos casos, a nova cepa e, principalmente, a necessidade do controle das nossas fronteiras, para que possamos evitar o ingresso de pessoas contaminadas com o vírus em nosso país. Precisamos proteger a população e conseguiremos preservar e prevenir contra essa ou essas novas cepas, pois o Brasil é o país com o mais alto percentual de vacina, com 85% da população vacinada. Portanto, precisamos do certificado de vacinação e testagem. Este é o instrumento que já é aplicado no mundo inteiro — diz Portinho.
O presidente já disse em diversas ocasiões ser contra a adoção do passaporte vacinal, que obriga a apresentaçao do comprovante de vacinação para se frequentar determinados lugares. Em um evento na cidade Maringá, Bolsonaro chamou prefeitos e governadores que adotam a medidade “protótipos de ditadores”.
Bolsonaro disse ainda que a medida tenta cercear a liberdade, mesmo argumento utilizado pelo presidente contra as medidas restritivas adotadas no auge da pandemia, como a limitação ao horário de funcionamento do comércio ou o lockdown.
Uma das cidades onde isso tem sido adotado é o Rio de Janeiro. Depois que o prefeito Eduardo Paes (PSD) publicou três decretos com restrições à circulação de não imunizados pela cidade, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, escreveu na rede social que estudava junto a sua assessoria uma medida contra as novas regras, por entender que elas se opõem à Constituição Federal.
(*) Com informações Agência O Globo