Candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin disse, na madrugada desta quarta-feira, 19, que chegará ao segundo turno na disputa presidencial devido sua baixa rejeição, mesmo após registrar oscilação negativa de dois pontos percentuais na pesquisa Ibope, caindo de 9% para 7%.
Em entrevista ao Jornal da Globo, o tucano — agora mais distante dos adversários Jair Bolsonaro (PSL), que tem 28%, e Fernando Haddad (PT), que subiu para 19% — afirmou estar preocupado ao ver o Brasil “perto dos extremos” e que confia na decisão de última hora dos eleitores, o que chama de “última onda”.
“Eu vou para o segundo turno. Eu até respeito a intenção de voto no Bolsonaro. Uma parte do eleitor que está com ele tem medo do PT. Acha que Bolsonaro pode ganhar a eleição do PT. É o contrário. O Bolsonaro é o passaporte para a volta do PT. No segundo turno, ficam dois. É rejeição (que decide). O Bolsonaro tem a maior, eu tenho das menores. Acredito que a última onda é a que vale e vamos chegar lá”.
Alckmin disse ainda reconhecer que todos os partidos estão fragilizados, inclusive o PSDB. “Fico preocupado de ver o Brasil ir para os extremos. Acho que isso pode ser muito ruim. Ninguém está convidando ninguém para um banquete. Quem ganhar a eleição, é subir a rampa em dia de chuva com lata d’água na cabeça. Não é fácil. Vai ter que enfrentar corporação, fazer um ajuste rápido”.
Questionado sobre denúncias de corrupção de tucanos como o ex-governador do Paraná Beto Richa, candidato ao Senado; Reinaldo Azambuja, governador de Mato Grosso do Sul, que disputa a reeleição; e do senador Aécio Neves, ex-presidente do partido e concorrente agora a uma vaga na Câmara, Alckmin disse que “há uma tendência de jogar todo mundo na vala comum”. “Isso é um desserviço à vida pública brasileira. Sou ficha-limpa, sou vida limpa, muito mais do que ficha-limpa. Não passamos a mão na cabeça de ninguém. A lei vale para todo mundo. Preste contas e se explique”.
Sobre o apoio do PSDB ao governo Michel Temer, de quem tenta de descolar na campanha, Alckmin afirmou que, “se dependesse de mim, não tinha entrado”. “Quando houve a reunião do PSDB eu fui contra (entrar no governo Temer). Estamos há 16 anos fora do governo, querer responsabilizar o PSDB?”
O candidato tucano criticou ainda o PT, adversário político histórico dos tucanos. “É responsabilidade de PT, que é governo, se viabilizar. Não pode querer culpar o PSDB pelo desastre de 13 milhões de desempregados, desarranjo das contas públicas e a irresponsabilidade. O PT é um partido sem limites, totalmente sem limites”.
Com informações do Jornal O Globo