Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os governadores e prefeitos, por meio de entidades que representam os municípios, se uniram, nesta segunda-feira (9), para avaliar os atos golpistas realizados no domingo e que feriram a democracia e provocaram danos irreparáveis a obras e documentos históricos do Brasil.

A mobilização, com pedidos para a sociedade se unir na defesa da democracia, começou, pela manhã, com uma reunião entre o presidente Lula e os presidentes da Câmara e do Senado, e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber. A reunião representou uma resposta aos atos de vandalismo e golpistas de invasores do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF.


Ao final da tarde, o presidente Lula recebeu governadores e prefeitos que foram a Brasília manifestar apoio irrestrito a medidas que preservem a democracia brasileira. A Frente Nacional de Prefeitos (FNP), por meio de nota, destaca uma frase do presidente Lula em agradecimento ao apoio aos Chefes de Executivos Municipais e Estaduais.


AGRADECIMENTO DE LULA


“Quero agradecer a vocês, porque esse gesto de vocês é uma demonstração de que aqui nesse país é possível tudo. É possível discordar, é possível fazer passeata, é possível fazer greve. A única coisa que não é possível é querer acabar com a nossa incipiente democracia, que tanto sofreu já com o golpe da presidenta Dilma”, disse o presidente Lula, durante a reunião com os governadores dos 26 Estados e a vice-governadora em exercício do cargo de Governadora Celina Leão.

Presidente da associação de municípios, Edvaldo Nogueira, e o vice-presidente de Cultura, Edmilson Rodrigues, representaram prefeitas e prefeitos brasileiros na reunião com governadores.


Segundo a nota da Frente Nacional de Prefeitos, o presidente Lula afirmou ainda que não vai permitir “que a democracia escape das nossas mãos, porque ela é a única chance de a gente garantir a esse povo humilde, que vive na periferia, dormindo na rua, consiga o direito de comer três vezes por dia ou consiga o direito de trabalhar, é a única razão pela qual voltei a ser presidente da república”.

DEMOCRACIA, COM SUOR E LÁGRIMAS

De acordo com o presidente da FNP, Edvaldo Nogueira, a federação esteve reunida para “falar bem alto ao povo brasileiro que não vamos aceitar ataques nem o fim da nossa democracia”. “A democracia é o que nos une, foi construída no nosso país com muito sangue, suor e lágrimas e não podemos deixar que a democracia acabe por qualquer motivo”, defendeu.

O presidente da Frente Nacional de Prefeitos enalteceu a nota de posicionamento que a Associação de Municípios aprovou e divulgou algumas horas antes, na qual defende “investigação e punição rigorosa dos participantes, financiadores e incentivadores” do vandalismo praticado contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília.


“Ao repudiar com veemência as depredações e invasões, os governantes locais reafirmam a permanente disposição em atuar e colaborar pela manutenção da ordem nos seus municípios”, destaca a nota, ao enfatizar, ainda, que “Todos têm uma causa inegociável que nos une, a democracia’’. Leia na íntegra aqui.


TRISTEZA NO STF, RELATA ROSA WEBER


A presidente do STF, ministra Rosa Weber, relatou tristeza diante das agressões à Constituição e a depredação da sede da Suprema Corte.


‘’Nosso prédio histórico foi, no seu interior, praticamente destruído, em especial o nosso plenário e essa simbologia a mim entristeceu de uma maneira enorme, mas quero assegurar a todos que vamos reconstruí-lo e no dia 1º de fevereiro daremos início ao ano judiciário como se impõe ao poder Judiciário independente e guardião, no caso do STF, da nossa Constituição Federal”, expôs a ministra Rosa Weber.


Para o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira, a mobilização mostra que a “união federativa” é uma demonstração para a população brasileira “que as instituições não pararão”. Antes de embarcar para Brasília, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, definiu a reunião com o presidente Lula e os Chefes de Executivos Estaduais como uma demonstração de união e preservação da democracia.