A música brasileira está mais pobre. Morreu, nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, aos 81 anos, o cantor e compositor Erasmo Carlos. Erasmo havia sido internado por conta de uma síndrome edemigênica no Hospital Barra D’Or, na Zona Oeste do Rio, no dia 17 de outubro, recebeu alta no início do mês, mas há uma semana voltou a te complicações de saúde.

Erasmo estava com a agenda definida para retornar aos palcos e tinha shows nos Estados Unidos nos dias 4 e 10 de novembro, mas precisou cancelar as apresentações por questões de saúde. Em uma das últimas publicações, após a primeira internação, o Tremendão foi às redes sociais e comemorou a vida.

“Bem simbólico… Depois de me matarem no dia 30, ressuscitei no Dia de Finados e tive alta do hospital! Obrigado a Deus, a todos que cuidaram de mim, rezaram por mim e se torceram pela minha recuperação. Essa foto com a Fernanda traduz como estamos felizes”, escreveu ele, referindo-se a companheira Fernanda Passos com quem se casou em 2019.

GRAMMY LATINO

A alegria pela recuperação da saúde estava acompanhada, também, por outra conquista: o Grammy Latino pelo álbum “O Futuro Pertence À… Jovem Guarda”, na categoria de “Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa”.

HISTÓRIA COM MUITOS SUCESSOS

A história de Erasmo Carlos é marcada por muitos sucessos e identificação com o Rei Roberto Carlos com quem dividiu o palco ao longo da carreira. Carioca, criado na Tijuca, na Zona Norte do Rio, Erasmo Carlos aprendeu a tocar violão com Tim Maia e foi considerado um dos pioneiros do Rock no Brasil.

Com Roberto Carlos e, ao lado de Wanderléa, Erasmo Carlos foi um dos principais símbolos da Jovem Guarda, movimento musical dos anos 1960 e 1970. A Jovem Guarda agrupou as influências do pop britânico e ganhou popularidade definitiva a partir de setembro de 1965, quando a TV Record estreou o programa “Jovem Guarda”.

Com forte influencia do movimento tropicalista e pela música negra americana, Erasmo fez histórias e emplacou sucessos e discos durante toda a década de 70 – “Carlos, Erasmo…” (1971), “Sonhos & Memórias 1941-1972” (1972) e “Pelas Esquinas de Ipanema” (1978). A década de 80 teve, também, grandes sucessos com os discos “Erasmo Carlos Convida…” (1980), “Mulher (Sexo Frágil)” (1981) e “Amar Pra Viver ou Morrer de Amor” (1982). Em 2001, o cantor completou 60 anos e lançou seu 22º disco, “Pra Falar de Amor”..