O Ministério Público (MP) da Colômbia negou nesta quarta-feira (8) ter provas que confirmem o uso de dinheiro de propina paga pela Odebrecht na eleição presidencial de 2014 no país. A declaração é uma resposta às informações divulgadas na véspera pela própria promotoria, que ligaram a construtora brasileira ao financiamento da campanha da reeleição do presidente Juan Manuel Santos. As informações são da Radio France Internationale.

O Ministério Público da Colômbia havia informado ontem (7) que parte de uma propina que a empreiteira brasileira pagou a um ex-senador colombiano teria sido destinada à campanha de reeleição de Santos. O ex-congressista Otto Bula, acusado de favorecer a Odebrecht na obtenção do contrato de uma obra pública, “realizou durante o ano de 2014 duas remessas para a Colômbia (…) na soma total de US$ 1 milhão, cujo beneficiário final teria sido o comitê de campanha” de Juan Manuel Santos, disse o procurador-geral, Néstor Humberto Martínez, à imprensa.

Porém, nesta quarta-feira ele mudou seu discurso. “Não temos provas físicas da entrega de dinheiro”, declarou. Segundo ele, o inquérito se baseia apenas no depoimento de Bula, feito sob juramento. Mas, para o procurador, isso já “é prova suficiente” para que o MP solicite ao Conselho Nacional Eleitoral que investigue se ocorreram irregularidades no financiamento da campanha.

No entanto, segundo o procurador, o ex-congressista “não vincula em nada o senhor presidente”. O governo negou as acusações na terça-feira, alegando se tratar de uma estratégia dos grupos próximos a seu rival político, Álvaro Uribe.

Hoje (8) o presidente colombiano pediu que as autoridades averiguassem o caso. “Solicito ao Conselho Nacional Eleitoral uma investigação a fundo o mais rápido possível para que se torne pública toda a verdade no caso Odebrecht”, escreveu Juan Manuel Santos em sua conta no Twitter.