Neste domingo (24), Dia Mundial de Combate à Tuberculose, o Ministério da Saúde lança campanha de prevenção à doença. O Brasil registrou 72 mil novos casos de tuberculose em 2018, segundo o Ministério da Saúde. No Ceará, 2018 foi o ano com maior número de casos em dez anos. Foram 3.814 registros da doença no ano passado, enquanto em 2017 foram 3.624. Desde 2008, o Ceará contabiliza 39.353 casos da doença.  

Os dados são do último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), divulgado na última quinta-feira (21).

O público-alvo da campanha são homens entre 25 e 40 anos, os mais afetados, segundo a pasta. A doença matou 4,5 mil pessoas em 2017 e 4,4 mil em 2018. Segundo o Ministério da Saúde, a tuberculose tem relação direta com a pobreza e a exclusão social. Entre os novos casos, 10,4% são presidiários, 8,7% pessoas com HIV, 2,5% população de rua e 1% indígenas, considerados de maior vulnerabilidade à doença.

Ceará

Desde 2008, o Ceará contabiliza 39.353 casos da doença. O município de Sobral, na Região Norte, teve o maior número de casos em 2018, com média de 76,5 por 100 mil habitantes (155 casos). Fortaleza aparece em seguida, com uma média de 65,5 (1.672). Caucaia registrou a terceira maior média, de 59,6 (210), seguida de Juazeiro do Norte, com 47,2 (110).

A doença foi diagnosticada em quase todo o território do Ceará.

Segundo a Sesa, os novos casos foram registrados em pessoas que não tinham sido vacinadas contra a doença. A vacina está disponível no Calendário Básico de Vacinação e disponível na rede pública para crianças.

Prevenção

Exames para diagnóstico e tratamento para a doença estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Os principais sintomas são tosse por três semanas, febre no período da tarde, sudorese noturna, cansaço e emagrecimento. Além do diagnóstico precoce, é importante não interromper o tratamento, que dura, no mínimo, seis meses.

A principal forma de prevenir a doença é por meio da vacina BCG, disponível na rede pública. Essa vacina deve ser dada à criança, ao nascer, ou, no máximo, até os 4 anos de idade.

Remédio oral

A OMS divulgou na quinta-feira (21) uma nova orientação para o tratamento da tuberculose multirresistente (MDR-TB), recomendando o uso de medicamento oral no lugar de injetável.

A agência da ONU argumenta que o remédio é mais eficaz e provoca menos efeitos colaterais. Segundo a OMS, a medida faz parte de um pacote de ações que serão anunciadas para acelerar o fim da tuberculose.

Cerca de 54 milhões de pessoas alcançaram a cura da doença nos últimos 20 anos e as mortes caíram um terço.