O número de empresas com contas em atraso e registradas nos cadastros de inadimplentescresceu 9,38% em julho de 2018, ante o mesmo mês do ano passado. Trata-se do terceiro mês seguido em que a alta supera a casa dos 9%: em junho, o crescimento havia sido de 9,41% e em maio, de 9,37%, ambos na comparação com o mesmo mês de 2017. A alta observada em julho foi puxada, principalmente, pela região Sudeste, que apresentou um aumento de 16,44% na quantidade de empresas devedoras. Nas demais regiões também houve alta, mas em patamares menores: 4,82% no Sul; 4,04% no Centro-Oeste; 3,69% no Nordeste e no Norte, 2,66%. Os dados são do Indicador de Inadimplência da Pessoa Jurídica apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
De acordo com a sondagem, o setor de serviços foi o que apresentou maior alta no número de empresas devedoras: um crescimento de 13,6% na comparação com o ano passado. Em seguida aparecem as empresas o comércio (7,0%) e as industrias (5,7%). O ramo da agricultura foi o único a ter queda na inadimplência (-5,5%). Em termos de participação no total de empresas devedoras, quem lidera é o setor do comércio com 46%, ao passo que o setor de serviços responde por uma fatia de 40%. As indústrias têm participação de 9% do total de empresas devedoras, ao passo que a agricultura representa apenas 0,5%. Em média, cada empresa devedora tem duas contas não quitadas.
Quando analisadas sob a perspectiva do setor credor, ou seja, aquele está deixando de receber, nota-se que o ramo de serviços, que engloba bancos e financeiras, é o mais impactado: participação de 70% do total de dívidas de empresas. O comércio aparece em segundo lugar (17%) no ranking de principais credores, seguido das indústrias (12%). O ramo da agricultura não chega a ter nem 1%.
Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, a inadimplência elevada das empresas é reflexo do processo gradual de retomada da economia. “A saída da recessão está mais lenta do que o previsto e isso impacta o planejamento e o fluxo de caixa das empresas. Por um lado, os juros na ponta ainda não diminuíram de forma significativa para os tomadores e do outro, as dificuldades financeiras dos consumidores impõem um cenário mais difícil para quem vende a crédito”, analisa o presidente.
Recuperação de Crédito avança 2% em 12 meses, mas quatro das cinco regiões apresentam queda no volume de quitação
Outro indicador mensurado pela CNDL e pelo SPC Brasil é o de Recuperação de Crédito, que sinaliza o processo de quitação de dívidas em atraso. No acumulado dos últimos 12 meses, a região Sudeste foi a única a apresentar um crescimento no volume de dívidas em nome de pessoas jurídicas, com alta de 10,69%. Todas as demais apresentaram queda, liderado pelo Nordeste (-6,13%), Norte (-4,93%), Sul (-4,25%) e Centro-Oeste (-1,32%). Devido ao peso da região Sudeste no universo de empresas devedoras, a recuperação de crédito no Brasil como um todo avançou 2,0% no acumulado em 12 meses.
A análise da recuperação de crédito por setor devedor revela que, do total de empresas que saíram do cadastro de devedores mediante pagamento, a maior parte (45%) atua no setor de Comércio. Além dessas empresas, 41% atuam no setor de Serviços e 10% atuam na Indústria.
Com informação da A.I