Em 2050, o mundo terá um total de 2,1 bilhões de pessoas com mais de 60 anos, sendo 200 milhões na América Latina e no Caribe. Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) mostram que a expectativa de vida na região, no mesmo ano, será de 78 anos, contra entre 68 e 70 anos na média global.
A assessora regional de Imunização da Opas, Lúcia Helena de Oliveira, alertou, entretanto, que as pessoas estão envelhecendo sem saúde, em meio à prevalência de doenças crônicas, à falta de cuidados de longa duração e ao alto nível de dependência.
Durante a 20ª Jornada Nacional de Imunizações, no Rio de Janeiro, Lúcia Helena lembrou que o sucesso da vacinação em crianças é altamente reconhecido, mas a necessidade de programas de imunização ao longo da vida e, sobretudo, em idosos, é frequentemente subestimada. Ela ressaltou que a gravidade de muitas infecções é maior em idosos, quando comparada à de adultos jovens. Além disso, as doenças infecciosas estão comumente associadas a sequelas de longo prazo entre os que têm mais de 60 anos, como o comprometimento das atividades diárias, a fragilidade e a perda de independência.
“A vacinação é a estratégia mais eficiente para prevenir doenças infecciosas, e o aumento da vulnerabilidade entre idosos faz com que as vacinas tenham particular importância nesse grupo populacional”, disse. “A prevenção de doenças infecciosas é uma das medidas que asseguram o envelhecimento com melhor qualidade de vida”, completou.
A assessora da Opas destacou, entretanto, que a indicação de uma vacina para um adulto ou idoso depende do seu histórico de doses recebidas durante a infância e a adolescência. Segundo Lúcia Helena, pessoas com mais de 60 anos apresentam, em geral, resposta imunitária mais reduzida a vacinas, mas suficientemente efetiva para prevenir doenças potencialmente graves. A orientação é que as pessoas procurem se imunizar antes do estabelecimento da chamada imunossenecência – diminuição da função do sistema imune em razão da idade.
“Para algumas vacinas, é muito mais seguro recebê-las antes dos 60 anos, considerando um maior risco para eventos adversos, como é o caso da febre amarela”, explicou. “Esperar até os 65 anos ou mais para iniciar a vacinação de idosos pode ser muito tarde. Deve-se começar antes, enquanto a resposta imunológica é ótima”, concluiu.
COM AGÊNCIA BRASIL