O ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha divulgou na madrugada de hoje (18) um vídeo no qual diz que o país está avançando e não pode parar em função de denúncias feitas por meio de delação premiada. “Nós do governo temos de governar. O Brasil e os brasileiros não querem e não vão parar. O Brasil não vai parar”, disse o ministro.

O ministro lembrou os dados positivos da economia, divulgados recentemente. “Essa semana, a cada dia tínhamos uma manchete altamente positiva para o Brasil: era o PIB que crescia, o juro que caía, a inflação que caía, a geração de emprego”, disse Padilha, que completou: “surge no entanto mais uma delação premiada e essa delação traz fatos que têm sim de ser investigados e explicados. Mas não se tem ninguém condenado antecipadamente. Temos de ver o que efetivamente foi dito. O Poder Judiciário se encarrega das delações”.

No início da noite de ontem (17), o jornal O Globo publicou reportagem, segundo a qual, em encontro gravado em aúdio, pelo dono do grupo  JBS, o empresário Joesley Batista, Temer teria sugerido que se mantivesse o pagamento de uma mesada ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que esses ficassem em silêncio. Conforme a reportagem, Batista firmou delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e entregou gravações sobre as denúncias. Segundo o jornal, ainda não há confirmação de que a delação do empresário tenha sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Eliseu Padilha, delações premiadas como as que denunciam o presidente Michel Temer, não representam, a priori, uma condenação. Padilha reiterou que denúncias como essas devem ser investigadas.

Aécio Neves

De acordo com a reportagem de ontem de O Globo, na gravação de delação, o dono do grupo JBS, Joesley Batista, também diz que senador Aécio Neves pediu a ele R$ 2 milhões. De acordo com a gravação, o dinheiro foi entregue a um primo de Aécio. A reportagem diz ainda que a entrega foi registrada em vídeo pela Polícia Federal. A PF rastreou o caminho do dinheiro e descobriu que o montante foi depositado em uma empresa do senador Zezé Perrella.

Hoje pela manhã, a Polícia Federal fez operações em endereços ligados ao senador Aécio Neves no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Brasília.