O economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, diz que o impacto da greve na inflação, que pegou num primeiro momento os produtos in natura, prejudica principalmente as camadas de menor renda. “Os mais pobres consomem mais alimentos in natura”, observa. Ele, que é responsável pela índice de inflação da FGV das famílias com renda mensal de até 2,5 salários mínimos (R$ 2.385), o IPC- C1, constatou altas diárias expressivas na última semana na batata (150%), tomate (40%) e cebola (35%), por exemplo, em São Paulo.

Em apenas uma semana, o preço da cesta básica pesquisa da pela Fundação Procon de São Paulo e pelo Dieese, que engloba cerca de 30 itens de primeira necessidade, subiu 4,61%. O valor médio da cesta, que no dia 23 de maio era R$ 652,18, passou para R$ 682,25 em 30 de maio. E os alimentos subiram mais do que o valor da cesta como um todo no período, 5,21%.

Braz ainda não concluiu a apuração do índice de inflação da baixa renda de maio, que será conhecido na semana que vem e certamente será influenciado pelo efeito da greve. Em abril, o indicador tinha subido 0,31%.