A Polícia Federal investiga se houve vazamento da operação Eficiência. O empresário Eike Batista comprou na terça-feira, dia 24, passagem para Nova York e embarcou naquela mesma noite, com passaporte alemão. A Polícia Federal quer confirmar agora se Eike de fato desembarcou nos Estados Unidos ou se interrompeu a viagem em alguma conexão e mudou seu destino.

O delegado Tácio Muzzi, titular da delegacia de Combate à Corrupção (Delecor), explicou que a demora entre o mandado de prisão, concedido pelo juiz Marcelo Brêtas em 13 de janeiro, e a deflagração da operação ocorreu porque ainda havia procedimentos a serem realizados, como o repatriamento de US$ 85 milhões.

“É prematuro falar em vazamento, mas a Polícia Federal está apurando. E caso não haja o retorno espontâneo (de Eike Batista) serão tomadas as medidas cabíveis com apoio da Interpol”, afirmou Muzzi.

Ainda de acordo com o delegado, no cumprimento do mandado de buscas, foram apreendidos carros de Eike Batista, inclusive o Lamborghini Aventador, avaliado em R$ 2,5 milhões, que ornamenta a sala do empresário, na mansão do Jardim Botânico, zona sul do Rio. Os veículos, no entanto, ficarão na casa do empresário, nomeado fiel depositário dos bens. Eles não podem ser vendidos.

Cabral

O Ministério Público Federal (MPF) identificou desde o início da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio, indícios de que parentes do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) seriam destinatários de valores em espécie recebidos da suposta organização criminosa liderada pelo político.

Isso justificaria a condução coercitiva da ex-mulher de Cabral Suzana Neves Cabral e do irmão do ex-governador, Maurício de Oliveira Cabral Santo. De acordo com o procurador da República Eduardo El Hage, foram encontrados na casa de Maurício na manhã desta quinta-feira, 26, R$ 30 mil, milhares de dólares e euros em espécie.

Estadão Conteudo