O lobista Jorge Luz, apontado como operador financeiro ligado ao PMDB, entregou ao juiz federal Sérgio Moro nomes de supostos beneficiários de parte dos repasses que fez por meio do uso de offshores no exterior. Em uma planilha juntada aos autos da ação em que é réu na Lava Jato por sua defesa, ele identifica US$ 418 mil dos R$ 11,5 milhões em propinas que disse ter intermediado a políticos peemedebistas.

Entre os destinatários dos repasses, de acordo com relato de Luz a Moro em 19 de julho, estão os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Jader Barbalho (PMDB-PA), o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau e ao deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). Luz é acusado de operar propinas de R$ 15 milhões a políticos do PMDB oriundas da contratação de um navio-sonda da Petrobras.

Os repasses teriam ocorrido em contrapartida ao suposto apoio dos políticos para “fortalecer” os ex-diretores Nestor Cerveró (Internacional) e Paulo Roberto Costa (Abastecimento) na estatal. Em 2005, Luz teria sido informado por outro operador do PMDB, que os dois executivos estariam “balançando” em seus cargos, e, para mantê-los em seus cargos, teria pedido ajuda aos parlamentares.

Segundo Luz, Aníbal Gomes indicou a conta Headliner Limited, em Lugano, na Suíça, para o recebimento das propinas. Em petição a Moro, a defesa de Luz apresentou um comprovante de pagamento da conta da Pentagram, no banco Credit Suisse, de US$ 185 mil, à Headliner, em benefício de “Renan/Jader/Silas/Anibal”. Outros cinco pagamentos, cuja conta presente em extratos ainda não foi identificada, indicam o pagamento de outros US$ 233 mil também a “políticos”.