O número de idosos que possuem planos saúde aumentou 2,5% em agosto deste ano, ante o mesmo mês do ano passado, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess). O percentual destoa das demais faixas etárias: houve redução de vidas de 0 a 18 anos (0,6%) e de 19 a 58 anos (0,3%).
As despesas assistenciais com pessoas de 59 anos ou mais deverão superar a soma das demais em 2030 e chegar a R$ 213,8 bilhões, diz o instituto. A disparidade entre o número de jovens e pessoas mais velhas preocupa o setor, diz Marcos Novais, economista-chefe da Abramge (das empresas de medicina de grupo).
“A legislação impõe uma espécie de subsídio entre gerações: uma pessoa na última faixa etária não pode pagar mais do que seis vezes o valor da primeira”, afirma. “Isso faz que o preço seja um pouco maior para jovens, e menor para idosos. É uma situação especialmente perigosa se os mais novos não entram [no mercado de saúde suplementar], parecida com o dilema da Previdência.”
O envelhecimento da população e o desemprego durante a recessão foram os principais fatores que levaram a um desnível entre faixas etárias, segundo José Cechin, diretor-executivo da Fenasaúde (que reúne grandes operadoras). Entre possíveis soluções para a questão estão modelos de capitalização (em que o beneficiário contribui para garantir o futuro do próprio plano) e maior oferta de produtos com coparticipação e franquia, afirma Cechin.
Com informações do Jornal Folha de São Paulo