Com a espinhosa missão de atrair capital para o Brasil em meio à recessão econômica e a sucessivas crises políticas, o Conselho do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) completa um ano com a qualificação de 146 projetos de privatização e concessão na área de infraestrutura, dos quais 49 concluídos e 24 com previsão para ocorrer ainda este ano.

Se o governo de Michel Temer conseguir interessados do setor privado para todas as ofertas que estão no balcão de negócios, terá feito, em menos tempo, mais do que cada um dos últimos três presidentes brasileiros: Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva tiveram oito anos de mandato e Dilma Rousseff, cinco anos e oito meses.Formado em maio de 2016, como primeiro ato do então presidente interino, o corpo técnico do PPI necessitou de quatro meses para tornar os projetos existentes atrativos o suficiente para driblar a perda de grau de investimento do país.

O secretário especial do PPI, Adalberto Vasconcelos, explica que foi necessário dar consistência jurídica aos projetos, a fim de buscar solução para gargalos históricos de infraestrutura. Vasconcelos destaca que o PPI precisou mudar a modelagem da concessão dos aeroportos de Fortaleza, Porto Alegre, Florianópolis e Salvador e estipular outorgas factíveis, com pagamento de apenas 25%, mais o ágio, na assinatura dos contratos, para lograr êxito.

Ainda que o governo Temer precise desesperadamente fazer caixa para tapar o rombo das contas públicas, Vasconcelos explica que o foco do PPI não é a “outorga grossa” na entrada, e sim os investimentos de longo prazo, com geração de empregos.