O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou nesta terça-feira (20) que a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro é “equívoco grosseiro”, porque o objetivo de um militar em campo é de “matar o inimigo”.
A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta terça-feira (20) o decreto do presidente Michel Temer (MDB) que determinou intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, em vigor desde a última sexta (16).
“Botar o Exército para enfrentar bandido é um equívoco grosseiro. Única coisa parecida entre o Exército e a polícia é a farda“, declarou Ciro durante evento do jornal “Folha de S.Paulo”. Segundo o ex-ministro, a polícia tem como missão proteger a sociedade, enquanto as Forças Armadas têm o dever de “matar”.
Na avaliação de Ciro, o Exército tem uma posição hostil ao adversário. “Se alguém está com fuzil e examina aquilo do helicóptero, não é tolerável que a PM resolva logo. Mas para o Exército é certamente [uma motivação para] um tiro“, afirmou.
Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo no teatro Unibes, em São Paulo, o pré-candidato afirmou que a intervenção federal não teve planejamento e conta com “motivações miúdas” e “politiqueiras”.
Segundo o ex-ministro, a medida do governo federal poderá trazer uma “sensação de paz”, porque os bandidos deverão se mudar para outras cidades. “A bandidagem é organizada. Eles sabem que, com o aparato chegando, precisam recuar.”
Para o pré-candidato, a intervenção não se justifica pelos números da criminalidade, pois há Estados com estatísticas de homicídio e de violência mais alarmantes.
“O PCC, a sede é São Paulo, e tudo indica que aqui fizeram acordo com autoridades locais há mais de uma década. Por que não é em São Paulo [a intervenção]? Aqui se fraudam indicadores de homicídios. São Paulo não cumpre a metodologia determinada pela Justiça para apurar crimes letais contra a vida. Por que não é aqui? Por que não é em Fortaleza, no Ceará?“, diz o pré-candidato, citando uma chacina recente no Estado que já governou, em que morreram 14 pessoas.
Na noite deste domingo, 26 homens da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal embarcaram na Base Aérea de Brasília com destino a Fortaleza. Eles auxiliarão o governo local a investigar a morte de dois membros da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) e a lidar com uma onda de violência gerada por conflitos da facção criminosa com membros dos grupos&nb sp;Comando Vermelho e da Família do Norte.
Com informações UOL