A privatização da Cagece foi tema discutido, nesta semana, na Câmara Municipal de Fortaleza, através do vereador Gardel Rolim (PPL). Ele manifestou preocupação em relação a possível privatização da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), que segundo ele, está sendo imposta pelo Governo Federal ao Governo do Estado do Ceará.
Gardel explicou que no final do ano passado, o Governo Federal publicou uma lista de empresas públicas a serem privatizadas e que nessa lista está a Cagece. O parlamentar também informou que o Governo Federal fez esse anúncio de forma radical, impondo aos governos que se não privatizarem as suas empresas não seriam repassados recursos.
“Antes que isso ocorra no Ceará, é importante discutir em Fortaleza essa pressão por duas razões: a primeira, é que a empresa abastece quase 100% dos domicílios na Capital. A segunda é que a Prefeitura de Fortaleza é acionista da Cagece. Ela detêm mais de 11% da empresa, que tem patrimônio liquido de mais de dois bilhões. Estamos aqui para defender a população. Como legislador e fiscais que somos, nós temos obrigação de fiscalizar”, frisou.
O vereador ainda ressaltou a importância do parlamento municipal de influenciar e se juntar ao Governo do Ceará na defesa da Cagece. Gardel afirmou que o governador Camilo Santana (PT) também é contra a privatização e apontou razões para isso.
“Não temos nenhum estudo ou debate que sinalize para uma melhora do serviço após a privatização. No momento que a Cagece for vendida o foco principal deixa de ser o serviço e passa a ser a expectativa de lucro. A privatização vai na contramão do que o mundo inteiro está fazendo”, pontuou o parlamentar.
Apresentação sobre a Cagece
Gardel também falou sobre a história da Companhia. Ele ressaltou a importância da Cagece como empresa pública, fundada há mais de 40 anos, controlada pelo Estado e com uma participação acionista da Prefeitura de Fortaleza, que detém 11%. O vereador deu outras informações relevantes, como a de que a Cagece tem a terceira tarifa mais barata do Brasil, abastece mais de 98% dos domicílios de Fortaleza e que até 2014 as finanças da Cagece foram lucrativas.
O vereador ainda explicou que nos últimos dois anos as finanças da Cagece foram deficitárias, mas que o maior custo não foi devido a crise hídrica no Ceará, que passa pelo quinto ano consecutivo de grande seca, mas sim devido ao aumento de 100% de suas despesas administrativas. Por conta disso, o vereador está protocolando um requerimento pedindo informações detalhadas sobre as despesas da empresa.
Com Agência CMFor