O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral por violência política de gênero contra a senadora  Janaína Farias (PT). Ciro a chamou de cortesã” e   “assessora para assuntos de cama”.

Janaína foi à Justiça contra o líder pedetista e, simultânea à ação, o Ministério Público Eleitoral abriu outra frente contra Ciro Gomes.

A denúncia, assinada pela promotora eleitoral Sandra Viana Pinheiro, da 114ª Zona Eleitoral de Fortaleza, destaca que Ciro “constrangeu e humilhou, através de palavras, detentora de mandato eletivo (Senadora da República), utilizando-se de menosprezo à condição de mulher da parlamentar, com a finalidade de dificultar o desempenho de seu mandato eletivo”.

O texto justifica a denúncia  “Em razão da situação de preconceito, humilhação e constrangimento impostos à vítima em questão, empossada como parlamentar federal, tendo sido desmerecida no exercício do mandato em razão de seu gênero, por insinuações verbalizadas pelo Denunciado de cunho misógino nas entrevistas concedidas’’.

AGRESSÕES VERBAIS

A ação contra Ciro Gomes foi movida pelo MPE a pedido do Ministério Público Federal e Advocacia do Senado Federal. Janaína, que é segunda suplente, assumiu o mandato após a primeira suplente Augusta Brito se licenciar para assumir o cargo de Secretária de Articulação Política do Governo do Estado.

A mudança na representação do Ceará no Senado levou Ciro Gomes a questionar a competência e o perfil de Janaína para assumir o mandato.

“Qual é a obra, qual é a realização, qual é o preparo, que a Dona Janaína tem para ser Senadora da República na marra?”, perguntou Ciro, durante entrevista, para, em seguida, dizer que Janaína “fez serviço particular do Camilo, e serviço particular, assim, é o harém sabe?”. 

Janaína respondeu aos ataques do pedetista e anunciou que iria processá-lo pelas agressões verbais. Ciro não se intimidou e, poucos dias depois das primeiras declarações, voltou a atacar a senadora ao chama-la de  “assessora para assuntos de cama do Camilo Santana”.

Ciro chegou a dizer, em entrevista à BandNews, que foi brando nas palavras: “Eu usei uma palavra mais moderada, eu falei que era ‘assessora para assuntos de alcova’. Caramba! Caiu o mundo em cima de mim. (…) Pois bem, em vez de ser assessora de alcova, agora vou substituir, ela é simplesmente a pessoa que organizava as farras do Camilo Santana. É disso que estou dizendo e, assim, o que eu tenho a ver com a vida particular de Santana? Nada! E a vida particular dela? Nada! Agora, botar no Senado? A voz do Ceará no Senado? A mulher cearense representada no Senado por uma cortesã? Isso é machismo?”, questiona Ciro.