O ex-prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo (MDB), não escondeu, nos últimos dias, a frustração com a decisão da Justiça Eleitoral de tirá-lo, por enquadramento na Lei da Ficha Limpa, da disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa. Macedo teve o registro da candidatura indeferido, chegou a recorrer, mas, na sessão dessa segunda-feira, 17, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o baniu, em definitivo, da disputa. Excluído, Raimundão lança o filho Davi como candidato a deputado estadual.
Com contas desaprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em sua última gestão na Prefeitura de Juazeiro do Norte (2013-2017), Raimundo Macedo entrou na lista da ficha suja e, na relação do Ministério Público Eleitoral, estava enquadrado por improbidade administrativa, má gestão dos recursos públicos e, por essa razão, deveria ser barrado na tentativa de conquistar um mandato eletivo. O TRE aceitou o pedido de impugnação e sepultou a pretensão de Raimundão. O assunto foi destaque no Bate Papo Político desta terça-feira, 18, do Jornal Alerta Geral (Rádio FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza + 26 emissoras no Interior).
Ao longo dos últimos 30 anos, Raimundo Macedo exerceu mandatos de vice-prefeito de Juazeiro do Norte, quando entrou na vida pública, em 1988, de deputado estadual (1990, 1994, 1998, 2002), prefeito (2003-2009), deputado federal (2011-2012) e, novamente, prefeito (2013-2017). Nas duas oportunidades que conquistou a Prefeitura, Raimundo Macedo perdeu a luta pela reeleição.
Em 2008, Raimundão foi atropelado pelo então deputado federal Manoel Salviano que ganhou a convenção e saiu candidato a prefeito. A decisão dos convencionais gerou revolta e Raimundo Macedo, com a caneta na mão, ignorou a candidatura de Salviano e descarregou votos no médico Manoel Santana. Macedo e Santana fizeram uma aliança, mas a lua de mel durou poucos meses.
Raimundão ficou na oposição, em 2010, elegeu-se, pelo MDB, deputado federal e, em 2012, ganhou de Manoel Santana a corrida pela Prefeitura de Juazeiro do Norte. Em 2016, ao final do segundo mandato de prefeito, Raimundo Macedo enfrentou denúncias de corrupção e irregularidades com o dinheiro público e foi obrigado a desistir da reeleição. Dois anos depois, Raimundão perdeu uma das últimas apostas na vida pública: ser eleito deputado estadual. O TRE o baniu da eleição de 2018.